Turismo pede reforço do Apoiar e alargamento do layoff

Confederação do Turismo de Portugal diz que as empresas “já não têm reservas para fazer face a todos os custos fixos que ainda perduram”.

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CTP apelou à "não discriminação das médias e grandes empresas" nos apoios Nelson Garrido

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apelou esta quinta-feira ao Governo para tomar “medidas fortes, planeadas e monitorizadas de vacinação e controlo estrito da pandemia” e para reforçar os apoios ao sector.

Em comunicado, a CTP refere que as empresas “já não têm reservas para fazer face a todos os custos fixos que ainda perduram, face aos 12 meses de congelamento quase total da actividade, sem negócio, nem sequer previsão de retoma no curto prazo”.

O presidente desta organização patronal, Francisco Calheiros, acrescenta que a situação das empresas “agrava-se todos os dias”. “Se não actuarmos com rapidez, não haverá empresas para salvar e serão destruídos milhares de postos de trabalho, mergulhando o país numa crise que ninguém deseja”, sustenta.

Para a CTP, o Governo deve avançar com mais medidas no terreno, como o reforço financeiro do programa Apoiar, “em todas as suas rubricas”, para ajudar as empresas do Turismo, “independentemente da sua dimensão, com perdas continuadas na facturação”.

Sobre o layoff simplificado, defende que deve ser mantido pelo menos até ao final do ano, e alargado “a todas as empresas com perda de facturação e volume de negócios, independentemente de estarem ou não administrativamente encerradas”.

Além disso, pretende-se a “continuação e reforço, em prazo e dotação, dos incentivos financeiros não reembolsáveis” e uma “maior amplitude em número e diversificação das moratórias de crédito às empresas”, que devem também vigorar até ao final do ano.

Na lista de medidas elencadas no comunicado estão também moratórias ou a suspensão dos prazos de pagamentos ao Estado (impostos e Segurança Social), abrangendo micro, pequenas, médias e grandes empresas. Além disso, a CTP propõe a criação, “em definitivo e de forma atempada, de um quadro legal e de medidas que seja previsível, em tempo e âmbito”.

Esta semana, a Ahresp - Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal, veio defender a “prorrogação urgente do período de carência das linhas de crédito de apoio à economia covid-19”, pelo menos até ao final de Junho do ano que vem. “Estando o país em pleno confinamento, e as nossas actividades económicas encerradas, torna-se da maior importância que a amortização dos empréstimos contraídos no decorrer de 2020 seja urgentemente prorrogada”, defendeu esta associação, afirmando que só com esse adiantamento é que se evitará “o incumprimento de milhares de empresas”.

Nos primeiros onze meses de 2020, os proveitos totais do sector do alojamento, contabilizados pelo INE, foram de 1404 milhões de euros, menos 65,7% face a idêntico período de 2019.

Já ao nível das exportações de serviços de viagens e turismo (ou seja, o dinheiro que entrou em Portugal devido aos turistas estrangeiros), contabilizadas pelo Banco de Portugal, verificou-se uma queda de 55,8% para 7679 milhões de euros no mesmo período. O saldo entre exportações e importações continua a ser positivo, mas “encolheu” 61% para 4847 milhões de euros (com efeitos negativos ao nível do saldo global da balança comercial).

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