Portugal Fresh estima prejuízo diário de 21 milhões de impacto da greve

Negociações para evitar paralisação prevista para dia 12 prosseguem entre as estruturas sindicais e patrões, com intermediação do Governo.

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Rui Gaudencio

A Portugal Fresh, associação para a promoção das frutas, legumes e flores, estimou hoje um prejuízo diário directo de 21 milhões de euros com a greve dos motoristas a partir de 12 de Agosto e por tempo indeterminado.

Em comunicado, a Portugal Fresh salienta que “a greve dos motoristas terá um impacto muito negativo para o sector e para a economia” portuguesa, “afectando drasticamente as suas exportações”.

A entidade sublinha que o sector, que registou um volume de negócios de 2.790 milhões de euros, exportando mais de 1.500 milhões em 2018, “teme que o crescimento dos últimos anos possa estagnar ou regredir”.

Os sindicatos que entregaram um pré-aviso de greve com início em 12 de Agosto estão reunidos com o Governo e disseram ter “várias propostas” para apresentar ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

“O mês de Agosto é de capital importância devido a concentração de pico de colheitas. Este mês tem um peso estimado de 23% no valor da produção nacional” de frutas, legumes e flores, refere o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, citado no comunicado.

“Estimamos um prejuízo diário directo de 21 milhões de euros que pode crescer substancialmente se a paralisação se prolongar”, salienta, apontando que se a paralisação se prolongar por mais de quatro a cinco dias “muitas áreas de produção terão de ser abandonadas e alguns clientes chave serão perdidos, já que a geografia de produção nacional será substituída por outras geografias produtoras”.

Caso tal aconteça, o prejuízo poderá atingir 350 milhões de euros em cinco dias e irá colocar em risco os empregos.

Por isso, associação defende que é urgente tomar “medidas vigorosas que viabilizem o normal funcionamento das actividades de colheita, processamento e transporte, garantindo a liberdade de trabalhar para quem o queira fazer sem constrangimentos ou pressões por parte daqueles que, no exercício dos seus direitos, eventualmente venham a insistir em fazer greve”.

O sector defende que “tem de existir uma estratégia prioritária para o sector agrícola”.

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