Apresentação de candidatos ao FMI começa na próxima segunda-feira

Capitais europeias estão a negociar escolha do seu candidato. Mário Centeno continua a ser uma das hipóteses.

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Mário Centeno e Jeroen Dijsselbloem foram colocados como hipótese para liderar o FMI Reuters/YVES HERMAN

O processo de escolha de um novo director executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), cargo para o qual Mário Centeno tem sido apontado como uma possibilidade deverá estar concluído até ao dia 4 de Outubro, com a apresentação de candidatos a começar a ser feita já a partir da próxima segunda-feira.

Num comunicado publicado esta sexta-feira, o conselho executivo do FMI anuncia que deu início ao processo de selecção da personalidade que irá substituir Christine Lagarde à frente da instituição, dando a conhecer os passos a dar e o calendário previsto.

Assim, numa primeira fase, aquilo que irá acontecer é a apresentação por parte de directores executivos ou governadores do Fundo de candidatos ao lugar, podendo isto acontecer a partir da próxima segunda-feira e até ao dia 6 de Setembro.

Depois de terminada a fase de candidaturas, o Conselho Executivo do Fundo (que é constituído por directores executivos que representam grupos de países) faz uma primeira escolha de três candidatos, que terão depois a possibilidade de defender a sua candidatura junto do conselho Executivo. O candidato com a maioria dos votos será o escolhido. O processo deverá estar concluído até 4 de Outubro.

O comunicado garante que a escolha do novo director executivo será feita apenas na base do mérito e qualificações dos candidatos “sem preferências geográficas”. No entanto, na prática, aquilo que tem vindo a acontecer desde a criação do FMI é que o candidato escolhido pela Europa acaba por ser o seleccionado, beneficiando de um acordo informal entre os EUA e a Europa que garante que à frente do Banco Mundial fica um norte-americano, enquanto um europeu lidera o FMI.

Este monopólio dos EUA e da Europa – que juntos têm praticamente a maioria dos votos no conselho executivo do FMI – tem vindo a ser crescentemente contestado pelos governos de outras zonas do globo, em especial pelas potências económicas emergentes.

Para já, numa tentativa de assegurar que à francesa Christine Lagarde suceda mais um europeu, as principais capitais europeias estão já a negociar a escolha do seu candidato. Entre as possibilidades mais referidas até ao momento está o ministro das Finanças português e actual presidente do Eurogrupo, Mário Centeno. Outras hipóteses destacadas são o finlandês Olli Rehn, a espanhola Nadia Calviño, o holandês Jeroen Dijsselbloem, o canadiano/britânico Mark Carney e a búlgara Kristalina Georgieva, sendo que esta ultrapassa por alguns meses o limite de idades estabelecido pelas regras do Fundo. Dijsselbloem, pelo desconforto que gera junto de vários governos do Sul da Europa e Mark Carney, pelao facto de a sua ligação à Europa ser por via do Reino Unido, parecem nesta fase estar mais afastados do lugar.

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