Na margem Sul, João Ferreira capitaliza com medida de sucesso dos passes sociais do Governo

Campanha da CDU almoçou na Quinta do Conde, onde o candidato lembrou que ir dali até Lisboa ficou 82 euros mais barato do que em Março. Mas é preciso investir nos barcos, comboios e autocarros que asseguram a ligação à capital para não “frustrar expectativas”

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RODRIGO ANTUNES/LUSA
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nuno ferreira santos

As longas filas na auto-estrada para acesso à ponte 25 de Abril no sentido Sul-Norte de manhã — e ao contrário à tarde —,assim como os barcos cheios para atravessar o Tejo entre Lisboa e o concelho de Almada, por exemplo, são a imagem de marca há muitos anos. Os passes custavam no mínimo 70 euros mensais; e se fosse um passe integrado com o comboio e estacionamento na estação, por exemplo, quem morasse na Quinta do Conde teria de pagar cerca de 150 euros. Com os novos passes sociais de 40 euros o bolso de muitas famílias da margem Sul ficou aliviado.

Foi precisamente por essa ideia que puxou o candidato da CDU, João Ferreira, num almoço neste sábado no Centro Cultural, Social e Recreativo A Voz do Alentejo, na Quinta do Conde — “Quem vai daqui para Lisboa poupa agora 82 euros”. O comunista capitalizou para o PCP e a CDU o sucesso da medida que, no entanto, não foi dos comunistas mas sim do Governo, que a incluiu na sua proposta de Orçamento do Estado deste ano. E que PCP, Bloco e PEV aprovaram.

Mas é preciso fazer mais, avisou João Ferreira, sobretudo do lado da oferta — porque a medida “será tanto melhor quando maior for a oferta de transportes públicos" e quem opta por os usar “não pode ver as suas expectativas frustradas”.

No caso da margem Sul é necessário aumentar o número de trabalhadores nas empresas de transportes tanto para fazer a manutenção de barcos, comboios e autocarros, como para os conduzir; é necessário investir na compra de mais material circulante e na reparação do material que está “encostados” por falta de dinheiro; são precisos mais barcos para evitar episódios como os recentes de cancelamento de ligações fluviais e mais comboios para contrariar a sobrelotação das carruagens. Tal como o PÚBLICO noticiou, a Fertagus vai retirar alguns bancos das carruagens para aumentar a capacidade de passageiros a transportar.

Mas é preciso também actuar ao nível da gestão e por isso o PCP já propôs que se acabe com a concessão da Fertagus este ano —mas PS, PSD e CDS recusaram. No entanto, lembrou João Ferreira, são os candidatos destes partidos que agora andam na campanha a “chorar lágrimas de crocodilo pelo estado em que está o sector dos transportes”. PSD e CDS quando foram Governo, “em vez de comprarem barcos, venderam um da Soflusa, reduziram a velocidade nas travessias do Tejo” e acabaram com algumas ligações do Seixal, Montijo e Trafaria aos sábados.

Na base destas medidas esteve a “obsessão pelas regras do défice” que aqueles três partidos são unânimes em cumprir à risca apesar de haver países e até responsáveis europeus que as considerarem "estúpidas”.

Falando para uma sala com cerca de 140 pessoas, João Oliveira apelou ao voto na CDU se também concordam que os recursos do país “não devem ir para os bancos, para agiotas e PPP” mas sim para os transportes públicos, a saúde, a educação ou a cultura. “Isto não são eleições para ver quem ganha mas para eleger 21 deputados para o Parlamento Europeu”, avisou ainda o candidato comunista.

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