Marcelo e Costa recebem segunda-feira o filósofo francês Bernard-Henri Lévy

Bernard-Henri Lévy irá actuar em Lisboa esta segunda-feira, mas antes tem encontros ao mais alto nível. Ao PÚBLICO revelou a sua análise sobre a actual situação política do país.

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Filosofo francês irá reunir-se com o Presidente da República e o primeiro-ministro Philippe Wojazer

Num momento em que os partidos andam às voltas para tentar resolver a instabilidade política, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa vão ouvir Bernard-Henri Lévy​, filósofo de renome que tem encontros marcados com ambos os líderes políticos esta segunda-feira.

O filósofo e escritor francês irá reunir-se, separadamente, com António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa. Estas reuniões são motivadas pela passagem do espectáculo teatral Looking for Europe por Lisboa que o escritor protagoniza. Apesar de admitir ao PÚBLICO não saber ainda qual será o tema de conversa, o francês garante que não terá problema em dar a sua opinião sobre a instabilidade política nacional, caso lhe seja pedida.

“Serão duas reuniões privadas. Ainda não sei o que será discutido. Já se torna normal reunir-me com líderes políticos. Estive com o Alexis Tsipras, na Grécia, com o Viktor Orbán, na Hungria. Em relação à questão da instabilidade, acho que há um bocado de demagogia na posição da direita e da ‘esquerda da esquerda’. Olhando para a questão do exterior, vejo tudo isto não tanto como um apoio às reivindicações dos professores, mas mais como uma maneira de enfraquecer o primeiro-ministro”, explica. 

Bernard-Henri Lévy faz elogios rasgados ao modo como Portugal conseguiu gerir os anos que se seguiram à revolução de 1974, expressando satisfação pelo nosso país ser dos poucos na União Europeia onde não se sente o efeito do populismo. Apesar de não dizer directamente se uma saída do Governo do poder poderia colocar isso em causa, o filósofo diz que o exemplo governativo português é visto como um exemplo na Europa.

“Vocês foram um exemplo incrível, ao criar uma revolução que depois não gerou nova ditadura. Seria uma pena quebrar este padrão incrível. Seria uma pena se este Governo fosse enfraquecido ou derrubado pela coligação. Este Governo está na linha dos melhores dos últimos 45 anos. É a forma como é visto internacionalmente. Se o vosso presidente me perguntar [algo sobre o tema], é isso que lhe direi”, finaliza. 

Esta segunda-feira, a partir das 21h, no Teatro Tivoli BBA, o filósofo apela “à resistência democrática e reavivar a esperança, nas semanas que precedem as eleições europeias”, marcadas para 26 de Maio.

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