Fesap admite pedir negociação suplementar sobre função pública

Sindicato da UGT lamenta o adiamento das negociações para esta sexta-feira e espera que o ministro das Finanças apresente finalmente uma proposta de aumentos salarias para 2019.

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José Abraão, líder da Fesap, não dá as negociações por fechadas Miguel Manso

 A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap) afirmou nesta sexta-feira que vai pedir negociação suplementar ao Governo sobre as matérias relacionadas com os funcionários públicos a incluir no Orçamento do Estado (OE) para 2019.

“Não quero acreditar que tenham empurrado esta reunião para hoje que é sexta-feira - o orçamento é entregue na segunda-feira no Parlamento - para que nem sequer haja a possibilidade de haver negociação suplementar”, afirmou o dirigente da Fesap, José Abraão, à entrada para uma reunião no Ministério das Finanças.

“Iremos pedi-la de qualquer maneira”, reforçou o líder sindical.

A ronda negocial começou por estar agendada para quarta-feira, mas foi adiada uma primeira vez para quinta-feira e depois novamente para hoje.

A Fesap, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e a Frente Comum estão esta tarde a ser recebidas no Ministério das Finanças para discutirem as matérias para a função pública que irão integrar o OE para 2019, nomeadamente os aumentos salariais.

José Abraão lamentou não ter recebido até agora uma proposta concreta sobre os aumentos salariais, tendo a expectativa de que isso irá acontecer na reunião onde estará o ministro das Finanças, Mário Centeno.

“Se há condições políticas reunidas para aumentar pensões, o que nós muito valorizamos, não conseguimos compreender por que é que os salários de igual valor não são também aumentados”, defendeu o dirigente da Fesap.

A estrutura sindical reivindica uma actualização salarial de 3,5% para 2019, mas está disponível para negociar aumentos “em percentagem ou nominais” desde que “para todos os trabalhadores”.

Em entrevista ao PÚBLICO, no sábado, Mário Centeno confirmou os cenários que estão em cima da mesa: cinco euros para todos os trabalhadores, dez euros para quem ganha até 835 euros e até 35 euros para salários entre 600 e 635 euros.

Na última ronda negocial com as estruturas sindicais, a 4 de Outubro, o Ministério das Finanças avançou com uma proposta sobre outras matérias a incluir no OE para 2019, nomeadamente o pagamento faseado das progressões na carreira de 2019, à semelhança do que aconteceu este ano, estendendo o processo para a próxima legislatura.

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