Braço direito de Kim Jong-un e chefe da diplomacia dos EUA reunidos em Nova Iorque

No horizonte está a cimeira Kim-Trump de 12 de Junho. Rússia irrompe nas negociações e fala de suavização das sanções e desnuclearização por fases.

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Reuters

O chefe da diplomacia dos Estado Unidos, Mike Pompeo, e Kim Yong Chol, um dos mais altos funcionários da hierarquia norte-coreana, Kim Yong Chol, entram nesta quinta-feira no segundo dia de reuniões preparatórias da cimeira que vai juntar os presidentes dos dois países. 

Os dois homens jantaram juntos na quarta-feira à noite num apartamento privado em Nova Iorque. O encontro durou 90 minutos não foram dados pormenores sobre a conversa. Porém, Donald Trump e Kim Jong-un precisam solucionar divergências sobre a desnuclearização da Coreia antes do encontro histórico, que pode ter lugar no dia 12 de Junho em Singapura.

Os Estados Unidos exigem à Coreia do Norte que abandone o seu programa de armas nucleares — isto depois de o Governo de Pyongyang ter realizado testes nucleares e de mísseis balísticos e de ter afirmado que possui armas nucleares capazes de atingir território americano. Pyongyang há tempos argumenta que precisa de armas nucleares para sua segurança, e pôs em causa as garantias de segurança dadas por Trump (assim como não gostou das referências à Líbia, onde ocorreu uma mudança de regime).

Na quarta-feira, as autoridades sul-coreanas deram conta de diferenças “bastante significativas” entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte sobre o que significa desnuclearização, que para Washington significa que Kim abdica totalmente de equipamentos e instalações e para Pyongyang quer dizer que os Estados Unidos devem também retirar armas e tropas estacionadas na Coreia do Sul.

Todas estas diferenças levaram Donald Trump a cancelar a cimeira que a diplomacia tenta agora relançar. 
Pompeo, que já tinha estado em Pyongyang em Abril, voltou à capital norte-coreana no início de Maio. Agora Kim Jong-un enviou o homem considerado o seu braço direito a Nova Iorque. Kim Yong Chol é vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, é o mais alto funcionário da Coreia do Norte a reunir-se com altos funcionários dos EUA para conversas nos Estados Unidos em 18 anos.

Paralelamente, em Pyongyang, Kim Jong-un recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, no primeiro encontro entre um alto funcionário russo e Kim. Moscovo era o principal aliado da Coreia do Norte até ao fim da URSS. Lavrov convidou Kim a visitar a Rússia e defendeu uma abordagem gradual para a desnuclearização e a flexibilização das sanções internacionais contra a Coreia do Norte.

Uma fonte do Departamento de Estado disse aos jornalistas que a Coreia do Norte “terá que deixar claro o que está disposta a fazer” em resposta às exigências de Washington. Trump, disse o alto funcionário, “pode decidir ir ou não ir” à cimeira. Até lá, “vamos aumentar a pressão sobre eles e estaremos prontos para o dia em que eles estejam prontos”.

A China, principal parceiro comercial da Coreia do Norte e principal aliada do país, disse que encoraja estes sinais de “boa fé” entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. Mas acautelou: “Ao mesmo tempo que trabalhamos para alcançar a meta de desnuclearização, devemos também criar iniciativas eficazes e de longo prazo para manter a paz na península coreana”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, em Pequim.

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