LX Factory: uma vida mais funky

No LX Factory, em Lisboa, há agora Impossibly Funky, casa com alma soul, decoração bem funky e um pezinho a cair para o jazz

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Miguel Manso

O novo bar do LX Factory, Impossibly Funky de seu nome, assume-se como o "único bar em Lisboa onde se pode dançar uma onda black, muito soul, muito funky, muito "jazzy". Assim o descreve o proprietário, Hernâni Miguel, um dos nomes mais sonantes da noite de Lisboa. Antigo senhor do Targus e dos Três Pastorinhos, casas míticas dos anos 1980/90, resolveu deixar o seu Bairro Alto de sempre e abrir portas no LX Factory.

Explica que gosta da onda deste novo cluster de restaurantes, cafés, lojas de design e livrarias. E realça o facto de existir estacionamento e ainda não ter "botellón" — hábito criado em Espanha, e já vulgarizado também em Portugal, de os jovens comprarem bebidas no supermercado e ficarem a consumi-las no meio da rua.

"Faltava em Lisboa um bar funky, um sítio onde as pessoas pudessem realmente dançar. Fui desafiado pelo amigo António Folgado — ex-vizinho do bar Targus —, descobrimos este espaço e resolvemos avançar", explica Hernâni Miguel. "É um espaço bem maior do que os meus antigos bares no Bairro Alto, mas bem mais pequeno do que uma casa como o Lux."

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Miguel Manso

Decorado qual cenário de filme dos anos 1950/60, no Impossibly Funky há cadeiras de pele de leopardo, cortinados roxos, poltronas encarnadas, verdes, plumas a cair do tecto e bolas de espelhos. Nas paredes, vêem-se cartazes de filmes do 007 e de Barbarella. O balcão é forrado com capas de discos de Aretha Franklin, Miles Davis e Diana Ross, entre muitos outros. Nada foi deixado ao acaso. "Este é o bar de funky, de soul e de jazz que faltava em Lisboa", garante Hernâni Miguel. "Aqui pode-se ouvir boa música e dançar, dançar muito."

Como público-alvo, o Impossibly Funky aposta nos pós-25 anos, principalmente "naquela fauna já crescidinha que andava orfã desde o encerramento do Targus, do Bar do Rio e do trespasse do Puro Vício".

Aberto de terça a sábado, com o DJ Lúcio Monteiro a aquecer a pista a partir das 23h30, o Impossibly Funky conta ainda com noites temáticas, como as "Seja dono de um bar por uma noite". "São noites em que alguém nos pede para fechar o bar para si e dá-nos uma lista de convidados (mais de 100), um set de música para passar - dentro da nossa corrente - e o bar é seu. Não tem que pagar nada, mas há um consumo mínimo por pessoa que anda à volta dos 12 euros, conforme a noite da semana.", explica Hernâni Miguel. Outras das noites temáticas são as "Just for friends", noites em que um DJ é convidado a pôr música e a trazer os seus amigos e os amigos dos seus amigos.

Uma casa de Outono

Todas as quintas são as noites "Os estagiários", festas organizadas por um grupo de jovens angolanos universitários que trazem o seu DJ, "muita vontade de dançar, um vibe muito positivo", segundo afirma o proprietário do espaço. Há ainda algumas noites em que sobe ao palco a Impossibly Funky Big Band, a banda criada de raiz com a abertura deste espaço e que interpreta temas "soul/funk" de artistas como James Brown, Herbie Hancock, Manu Dibango, Cream, Curtis Mayfield, Sade Adu, entre outros.

Apesar de já ter aberto há alguns meses, Hernâni Miguel caracteriza o Impossibly Funky como uma casa mais de Outono/Inverno. Daí que o grande arranque seja agora, com o início da estação fria, durante a qual está previsto o alargamento do horário de abertura. "Queremos começar a abrir por volta das 15h para apanhar os fãs do copo ao final da tarde. Para acompanhar vamos ter umas tábuas de queijos e de enchidos", revela o dono do Impossibly Funky. "Queremos também começar a ter sessões de poesia às quartas-feiras a partir das 18h e noites só de slows, para dançar agarrado, ainda em datas a definir."

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