Primeiros rebeldes já deixaram Ghouta

De acordo com a agência noticiosa síria, pelo menos 88 combatetentes deixaram a cidade de Harasta com as suas famílias.

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Soldados sírios em Harasta enquanto se preparava a retirada dos rebeldes Reuters/OMAR SANADIKI

Os primeiros rebeldes e as suas famílias começaram a deixar o enclave de Ghouta Oriental, localizado nos arredores de Damasco, deixando o regime de Bashar al-Assad mais próximo do controlo total da região.

De acordo com a agência noticiosa síria Sana, pelo menos 88 militantes da oposição armada a Assad e 459 civis já saíram da cidade de Harasta em autocarros e dirigem-se agora para a província de Idlib, no Norte da Síria, e um dos poucos territórios ainda controlado pelos rebeldes.

O acordo para a retirada dos primeiros rebeldes foi alcançado pela Rússia, principal aliado de Damasco, e os militantes em Harasta. Começou na manhã desta quinta-feira com uma troca de prisioneiros. A televisão estatal síria deu conta de que os rebeldes libertaram 13 pessoas.

A operação de retirada contou com o apoio da delegação das Nações Unidas e do Crescente Vermelho.

Este é também o primeiro acordo de evacuação dos rebeldes desde que o Governo sírio iniciou, há um mês, a intensa ofensiva sobre Ghouta Oriental com o objectivo de recuperar o controlo do enclave. Segundo algumas organizações não-governamentais no terreno, os bombardeamentos e combates fizeram mais de 1500 mortos e fez com que, nos últimos dias, pelo menos 50 mil pessoas fugissem da região a pé.

Ghouta Oriental está nas mãos da oposição armada do regime sírio desde 2013. Porém, desde que Assad ganhou o apoio de Moscovo, em 2015, as forças sírias têm conseguido derrotar os rebeldes em várias zonas, incluindo Alepo. Em Ghouta, o exército de Damasco alega que já controla 80% deste território.

Um porta-voz do grupo rebelde Ahrar al-Sham, Munther Fares, afirmou à Al-Jazira que os seus militantes aceitaram o acordo de evacuação devido à “pressão dos civis”.

Com a rendição em Harasta, a oposição controla apenas parte da cidade de Douma, a mais populosa do enclave, e uma aérea na zona este de Ghouta que engloba as cidades de Jobar, Ein Terma, Arbin e Zamalka.

Já foram propostos acordos semelhantes com o grupo Jaysh al-Islam, que controla a zona de Douma, e com o Faylaq al-Rahman, que controla Arbin e Zamalka. Porém, os rebeldes não aceitaram a oferta de retirada segura.

Os bombardeamentos de Damasco em Ghouta continuam, e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmou que pelo menos 19 pessoas morreram nesta quinta-feira na sequência destes ataques em Arbin e Zamalka.

Na semana passada, iniciou-se um autêntico êxodo de civis em Ghouta. Durante esta fuga, foi noticiado que entre 12 mil a 16 mil pessoas estiveram sob ataque de aviões russos, em que morreram 80 pessoas.

A televisão síria avançou que mais de 6000 pessoas deixaram a cidade de Douma desde quarta-feira. Por sua vez, o Ministério da Defesa russo disse que mais de 5000 civis saíram de Ghouta nesta quinta-feira.

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