EUA vetam resolução contra reconhecimento de Jerusalém

Autoridade Palestiniana pede reunião de emergência da Assembleia-Geral. Washington votou sozinho no Conselho de Segurança.

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A embaixadora norte-americana considerou a votação um "insulto aos EUA" JUSTIN LANE/EPA
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A liderança palestiniana vai recorrer à Assembleia-Geral, onde nenhum país tem direito de veto ATEF SAFADI/EPA

Tal como já se antecipava, os Estados Unidos vetaram, isolados, uma proposta de resolução que declarava a nulidade da decisão do Presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A liderança palestiniana vai agora pedir uma reunião de emergência da Assembleia-Geral das Nações Unidas para expôr ainda mais o isolamento norte-americano.

O texto, proposto por egípcios e palestinianos, não mencionava directamente os EUA ou Trump, mas manifestava "um profundo pesar pelas recentes decisões relativas ao estatuto de Jerusalém". Sublinhava também que quaisquer iniciativas "destinadas a alterar o carácter, o estatuto ou composição demográfica da Cidade Santa não têm qualquer efeito legal, são nulas e vazias e devem ser retiradas". Os restantes 14 países representados no Conselho de Segurança votaram a favor da proposta, que não foi adoptada apenas por causa do veto americano - o seu primeiro em seis anos.

"Aquilo a que assistimos aqui foi um insulto", reagiu a embaixadora norte-americana Nikki Haley, dizendo que vetou a proposta "em defesa da soberania americana e do seu papel no processo de paz no Médio Oriente". "Não é um embaraço para nós", afirmou, citada pela Reuters.

Opinião diferente tem a Autoridade Palestiniana que anunciou já que "no prazo de 48 horas" vai pedir à Assembleia-Geral da ONU, onde nenhum país tem direito de veto, que repudie a decisão norte-americana. A embaixadora Haley pode considerar "o veto uma razão de orgulho e força, mas vamos mostrar-lhe que está numa posição de isolamento e rejeição internacional", afirmou o chefe da diplomacia palestiniana, Riyad al-Maliki.

Ainda antes da votação, o enviado da ONU para a paz no Médio Oriente, Nickolai Mladenov, tinha sublinhado que a declaração de Trump "fez aumentar a tensão" entre israelitas e palestinianos e confirmou que nada foi feito para cumprir a resolução, aprovada em 2016 com a abstenção dos EUA, que exigia a suspensão da colonização israelita.

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