Sessions e as suspeitas de conluio com russos: “É uma mentira detestável"

Procurador-geral foi ouvido no Senado e negou ter participado ou ter conhecimento de qualquer contacto com russos para influenciar resultado das eleições.

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Jeff Sessions durante a audição no Senado LUSA/SHAWN THEW

“Uma mentira detestável e horrível”. Foi assim que o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, qualificou a ideia de que possa ter participado num conluio com russos para prejudicar a campanha de Hillary Clinton nas eleições presidenciais de 2016.

“Nunca me encontrei nem tive qualquer conversa com funcionários russos ou estrangeiros tendo em vista qualquer tipo de interferência com qualquer campanha ou eleição nos Estados Unidos”, declarou Sessions, durante a sua audição no Senado norte-americano. “Além disso, não tenho conhecimento de qualquer conversa desse tipo de alguém ligado à campanha de Trump”, acrescentou o procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça), que se afastou da investigação às alegadas ingerências russas, depois de ter omitido encontros com o embaixador da Rússia nos EUA.

“Qualquer sugestão de que eu participei num – ou que tive conhecimento de um – conluio com o Governo russo para prejudicar o nosso país, que servi com honra durante 35 anos, ou para minar a integridade do nosso processo democrático, é uma mentira detestável e horrível”, disse Sessions.

Durante as quase duas horas e meia de audição, Sessions irritou os senadores democratas por se ter negado a testemunhar sobre as conversas com Trump, afirmando seguir a política do Departamento de Justiça sobre não comentar quaisquer comunicações confidenciais tidas com o Presidente, dizendo que, perante a sua recusa, não se estava a “esquivar”. 

“Levantou a mão direita aqui e jurou solenemente dizer a verdade, toda a verdade e nada além da verdade”, disse o democrata Matin Heinrich. “Mas agora não responde às questões colocadas. Está a impedir a investigação”, acusou. 

O procurador-geral norte-americano negou-se a responder às questões relacionadas sobre se teria falado ou não com Trump sobre a investigação do ex-dirextor do FBI James Comey sobre a questão da ingerência russa, antes do Presidente dos EUA o ter afastado. Sessions também não respondeu à questão sobre se algum funcionário do Departamento de Justiça teria discutido a concessão de indultos presidenciais aos indivíduos que pudessem estar envolvidos nas investigações sobre a Rússia. 

A audição do procurador-geral, padrinho intelectual de Donald Trump, era aguardada com grande expectativa, já que Sessions é o mais importante membro da administração do actual Presidente envolvido na polémica das alegadas ingerências russas.

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