PCP e BE juntam-se à manifestação da CGTP e deixam avisos ao Governo

"Começar a pensar em parar ou retardar não é um bom caminho, porque leva a desilusões, leva a protesto, a luta", alertou Jerónimo de Sousa. "Compreendemos bem que a CGTP sinta a necessidade de sinalizar este momento e, nós fazemo-lo também no Parlamento", acrescentou Catarina Martins.

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Jerónimo de Sousa juntou-se à manifestação quando esta passou pelo Centro de Trabalho Vitória LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Milhares de pessoas desceram a Avenida da Liberdade LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Arménio Carlos falou sobre contratação colectiva LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Bloco e PCP não quiseram comentar eventualidade de futura greve geral LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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O tema central foi a contratação colectiva LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

“O PS anda mal” se não reconhecer o direito à contratação colectiva, disse Jerónimo de Sousa à passagem da manifestação da CGTP-IN, em Lisboa, pela frente do Centro de Trabalho Vitória, do PCP, na Avenida da Liberdade. "Isto não é uma teimosia, é uma luta histórica, é uma conquista histórica dos trabalhadores portugueses. Creio que este Governo, no quadro da nova solução política, devia levar a sério e afastar esses constrangimentos que atualmente existem sobre a contratação colectiva.

O líder comunista defendeu que "o Governo tem de dar resposta à questão da contratação colectiva, à questão dos salários, da precariedade" e argumentou que "não se está aqui a inventar nada de radical, nada de avançadíssimo".

Dirigindo-se ao ministro das Finanças, Jerónimo pediu “algum tento” na calma que exige aos trabalhadores, na ideia em que insiste de que não pode haver pressas, já que alosguns deles, na administração pública, por exemplo, estão há dez anos sem receber um cêntimo de aumento salarial. “Se isto é ter pressa, enfim, tenhamos algum tento", afirmou.

"Nós valorizamos muito os avanços alcançados neste novo quadro da nova vida política nacional, mas começar a pensar em parar ou retardar não é um bom caminho, porque leva a desilusões, leva a protesto, naturalmente, leva à luta", sustentou.

O secretário-geral do PCP manifestou, com a sua presença, solidariedade com a luta da CGTP-IN, lembrando que acolherá "o sentimento" da central sindical e dos trabalhadores em iniciativas legislativas de "combate à precariedade, de valorização dos direitos dos trabalhadores" que o PCP leva a plenário da Assembleia da República no próximo dia 12 de Junho.

BE junta-se à luta

Não estava previsto inicialmente, mas Catarina Martins acabou por juntar-se à manifestação a CGTP. Assim que as jornadas parlamentares do Bloco acabaram no Algarve, a coordenadora do BE rumou a Lisboa onde disse aos jornalistas que compreende a necessidade de agendar este protesto.

"Nós achamos que está na hora de o Governo cumprir aquilo que são as suas promessas básicas de defesa dos trabalhadores. Compreendemos bem que a CGTP sinta a necessidade de sinalizar este momento e, nós, pela nossa parte, fazemo-lo também no Parlamento", disse Catarina Martins, aproveitando para dar conta de que serão debatidos no dia 7 de Junho, por marcação do Bloco, dois projetos de lei para o Governo "cumprir os seus compromissos" em matéria de direitos laborais.

Catarina Martins não quis, porém, comentar eventuais futuras formas de luta, como o recurso à greve geral, sublinhando que o "BE não deve ter participação sobre o que é o trabalho e a liberdade dos sindicatos. Não devem ser os partidos a pronunciar-se", disse, perante a insistência dos jornalistas. Jerónimo de Sousa Sobre a eventual convocação de uma greve geral, Jerónimo de Sousa também remeteu as decisões das formas de luta para "os trabalhadores e as suas organizações".

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