Presidente destituída da Coreia do Sul saiu do Palácio, dizendo estar inocente

Eleições para substituir Park Geun-hye foram marcadas para 9 de Maio.

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Apoiante de Park Geun-hye junto ao Palácio presidencial Kim Kyung-Hoon/REUTERS

A Presidente da Coreia do Sul saiu da mansão presidencial na madrugada deste domingo, dois dias depois de ter sido destituída pelo Tribunal Constitucional, por causa de um escândalo de corrupção, defendendo ainda a sua inocência. “ A verdade há-de vir ao de cima”, prometeu, agora que a possibilidade de uma condenação com pena de prisão se tornou bastante real.

Park Geun-hye chegou à sua casa na zona de Gangnam, em Seul, numa coluna de carros negros, com uma escolta de polícias em motorizadas. “Lamento não ter podido terminar o meu mandato presidencial”, disse Park, através de um porta-voz, o deputado Min Kyung-wook. 

Multidões de manifestantes contra e a favor da Presidente encheram as ruas de Seul.

Apesar de manter que está inocente, Park Geun-hye, de 65 anos, assumiu a responsabilidade pelo escândalo de corrupção e tráfico de influências que envolve a elite de empresários sul-coreana e culminou na sua destituição, na sexta-feira, pelo Tribunal Constitucional. O líder de facto e herdeiro da Samsung foi apanhado nesta teia, e está na prisão, e a ser julgado.

Agora que perdeu a imunidade presidencial, Park pode ser julgada por extorsão, suborno e abuso de poder, em conluio com a sua amiga Choi Soon-sil.

Foram já convocadas eleições presidenciais antecipadas para 9 de Maio.

O político liberal que está a liderar as sondagens e deve ser o próximo Presidente, Moon Jae-in, prometeu tentar construir um país mais justo. Advoga também uma polícia de diálogo com a Coreia do Norte, ao contrário dos conservadores de Park, que governavam o país há perto de uma década.

Esta crise coincidiu com o início da montagem do sistema de defesa antimíssil norte-americano THAAD na Coreia do Sul, face às ameaças crescentes vindas da Coreia do Norte. No entanto, este sistema é encarado como uma perturbação do equilíbrio de forças regional pela vizinha China, o que faz aumentar os riscos de instabilidade.

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