Familiares de polícias do Rio de Janeiro iniciam protestos em algumas unidades

As autoridades militares brasileiras acreditam que não há risco de se repetir na estado carioca o mesmo que no Espírito Santo, onde já morreram mais de 100 pessoas.

Foto
Protestos junto a uma unidade da PM no estado do Rio de Janeiro LUSA/MARCELO SAYAO

Familiares de polícias militares do Rio de Janeiro, no Brasil, estão a protestar junto às portas de alguns batalhões da corporação em todo o estado carioca nesta sexta-feira. Apesar das manifestações, seguidas de bloqueios da entrada em alguns casos, a situação era considerada controlada pela Polícia Militar (PM).

A PM confirmou os protestos, mas informou que na maior parte das unidades as viaturas estavam a sair para as ruas normalmente. As manifestações aconteceram em cerca de 30 batalhões daquele estado brasileiro.

Os protestos aconteceram em batalhões da PM na capital, Baixada Fluminense, região metropolitana e interior do estado. Na baixada, houve até uma pequena confusão entre um agente da PM e a mulher de um polícia na porta de um batalhão.

Noutra unidade da PM, os polícias tiveram que usar uma escada para conseguirem deixar o local. Para evitar problemas com os familiares em protesto, em algumas unidades a troca de turno, as refeições e o abastecimento estavam a ser feitos na rua.

Na maioria dos protestos, as mulheres carregavam faixas e cartazes sobre a crise financeira que está a ter impacto nos salários e prémios dos polícias. “Felizmente, o movimento está com pouca força e sem maiores repercussões na cidade e no estado”, disse à Reuters o governador estadual, Luiz Fernando Pezão.

Desde o início da semana que havia rumores nas redes sociais de que a PM do Rio poderia parar nesta sexta-feira devido à insatisfação com a política salarial do Estado, repetindo o que tem estado a acontecer no Espírito Santo, onde familiares dos policiais bloqueiam a saída de viaturas dos batalhões.

A ausência de polícias nas ruas do Espírito Santo gerou cenas de violência e anarquia, além de mais de 100 mortes, segundo um sindicato dos polícias. O governo estadual pediu ajuda das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança para reforçar o patrulhamento das ruas. “As autoridades militares acham que não há risco de se repetir aqui o que ocorreu no Espírito Santo”, afirmou Pezão à Reuters.

A meio da semana o governador reuniu-se com a cúpula da Segurança Pública do Rio para analisar os rumores e anunciou medidas para a corporação. "Nós reunimos a cúpula essa semana e actuamos para identificar os boatos. Sempre achamos que isso não ia acontecer", acrescentou o governador à Reuters.

As manifestações começaram na noite de quinta-feira em batalhões do interior do estado. Ainda de madrugada, o porta-voz da PM divulgou um apelo nas redes sociais para que o movimento não ganhasse dimensão. "Estamos cientes das manifestações, mas é fundamental não esquecer o que acontece no estado vizinho do Espírito Santo... sabemos que nossa situação é difícil e complexa, mas não podemos permitir que esse cenário de barbárie chegue às nossas casas e famílias", disse o major Ivan Blaz.

Há tropas da PM de prontidão para actuar em caso de alguma ocorrência mais grave no estado durante os protestos.

Sugerir correcção
Comentar