Regulador da aviação não aprova aumento das taxas nos aeroportos

Decisão ocorre porque a ANAC considerou "não estarem reunidas as condições necessárias" para avançar com o aumento das tarifas. Regulador pediu mais informações à ANA.

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DANIEL ROCHA

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) não aprovou, a título provisório, a entrada em vigor das taxas aeroportuárias definidas pela ANA - Aeroportos de Portugal para este ano, continuando a ser aplicadas os preços fixados em 2016.

Segundo explicou fonte do regulador, a decisão ocorre porque a ANAC considerou, no seguimento das reclamações das companhias aéreas, "não estarem reunidas as condições necessárias" para avançar com o aumento das tarifas, tendo solicitado mais informação à ANA.

Nesse sentido, a autoridade aguarda elementos adicionais e, quando os receber, tomará uma decisão definitiva – que poderá levar ao chumbo ou aprovação das novas tarifas aeroportuárias.

Até a emissão de uma decisão final pelo regulador, a ANA "irá aplicar nos aeroportos da rede os quantitativos das taxas sujeitas a regulação económica aprovados e em vigor desde Janeiro de 2016", lê-se na página da empresa que gere os aeroportos portugueses.

A empresa liderada por Ponce de Leão, que desde o início de 2013 está nas mãos do grupo francês Vinci, propôs, em Novembro, o aumento das taxas aeroportuárias em 22 cêntimos por passageiro no aeroporto de Lisboa este ano, em 15 cêntimos no aeroporto de Faro, em 11 cêntimos no Porto e em 10 cêntimos nos Açores, ficando inalteradas as taxas nos aeroportos da Madeira e no Terminal Civil de Beja.

A variação do conjunto das taxas reguladas da ANA traduz-se num aumento médio de 1,69% em 2017, segundo a empresa. A subida foi contestada pela Associação das Companhias Aéreas em Portugal (RENA), que considerou o aumento inaceitável e defendeu uma intervenção "mais activa" do regulador e do Governo.

"São aumentos injustificados e injustos. Não faz sentido nenhum. Se há uma subida do número de passageiros nos aeroportos que, por si só já gera receita para a ANA, é um contrassenso: aumentam os passageiros e aumentam as taxas, quando devia ser o inverso", defendeu Paulo Geisler, presidente da RENA.

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