Tareck El Aissami: jovem, importante e poderoso

O novo vice-presidente da Venezuela é um seguidor da linha dura do chavismo.

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Maduro com o seu novo vice-presidente EPA

Na biografia de Tareck El Aissami, o novo vice-presidente da Venezuela, cada referência aos cargos que já ocupou aparece inevitavelmente acompanhada por uma alusão ou à sua juventude, ou à sua importância, ou ao seu poder – e às vezes, aos três ao mesmo tempo.

Por exemplo: em 1999, “o jovem” El Aissami – que é filho de imigrantes drusos nascidos no Líbano – integrava a direcção nacional da juventude do Movimento V República de Hugo Chávez, e fazia-se eleger para o conselho da Faculdade de Direito da Universidade dos Andes, a “mais importante” do país. Rapidamente dá nas vistas como um “poderoso” líder estudantil, cujo “arrojo revolucionário” chama a atenção de Hugo Chávez: depois disso, a sua carreira foi fulgurante, no Partido Socialista Unido da Venezuela e dentro do círculo mais restrito do regime chavista.

Terminados os seus estudos em Direito, com especialidade em criminologia, acabou por se dedicar integralmente à causa bolivariana e à política activa. É descrito como um defensor da linha dura e um seguidor do estilo agressivo – “Entende a política como uma luta fratricida, e quem pensa de maneira diferente não é para ele um adversário mas um inimigo que deve ser esmagado”, descreve o El País, notando que a sua conta do Twitter está recheado de insultos aos políticos da oposição e a críticas aos jornalistas.

Chávez pô-lo à frente da Missão Identidade, que tinha a responsabilidade pela emissão dos documentos de todos os venezuelanos, em 2003, com 29 anos de idade. Em 2005, chega à Assembleia Nacional como deputado eleito pelo círculo de Mérida. Mas não cumpre sequer uma legislatura: em 2007 é convocado para o Governo, primeiro como vice-ministro de Segurança e um ano mais tarde como ministro do Interior e da Justiça.

O seu desempenho no cargo é polémico: durante esses anos, mais de 70 mil pessoas foram assassinadas na Venezuela. Aissami responsabilizou os traficantes de droga pela violência e lançou uma ofensiva contra o narcotráfico que ainda hoje é elogiada por Maduro. No entanto, segundo as autoridades norte-americanas, a sua ligação aos cartéis não é de opositor mas colaborador: segundo o The Wall Street Journal, está a ser investigado pelas autoridades americanas sob suspeita de envolvimento no narcotráfico e lavagem de dinheiro.

Em 2012, vence as eleições e torna-se governador do estado de Aragua – o “mais poderoso” governador do país. No entanto, nas legislativas de 2015, foi vexado nas urnas: o seu estado não elegeu um único deputado do PSUV para a Assembleia Nacional.

 

 

 

 

 

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