Morreu o maestro francês Georges Prêtre

Dirigiu as principais orquestras do mundo e era maestro honorário vitalício da Orquestra Sinfónica de Viena. Tinha 92 anos.

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O maestro francês Georges Prêtre, que dirigiu as principais orquestras do mundo, que acompanhou Maria Callas em numerosas ocasiões, e que de 1986 a 1991 foi director convidado da Orquestra Sinfónica de Viena, morreu esta quarta-feira, aos 92 anos, informou a Musikverein, conhecida sala de concertos da Áustria e sede da Orquestra Filarmónica de Viena. "Estamos de luto pela morte de nosso director honorário Georges Prêtre, que morreu ontem aos 92 anos", lê-se na página da Internet da Filarmónica de Viena, vinculada à Musikverein.

"Tivemos o privilégio de partilhar o palco em mais de 320 mágicos concertos, a última vez há apenas três meses, quando o seu Bolero de Ravel recebeu uma ovação de pé na Musikverein", acrescenta a nota. "Era um autêntico cavalheiro, uma lenda da música, nunca o esqueceremos.” Em 2008, quando tinha 83 anos, Prêtre tornou-se no director mais veterano a dirigir o afamado Concerto de Ano Novo de Viena, que todos os anos é acompanhado por milhões de pessoas através da televisão. Dois anos mais tarde, em 2010, com 85 anos, voltou a dirigir a Filarmónica de Viena no mais mediático dos concertos.

O maestro francês dirigiu durante sua a longa carreira as principais orquestras nos palcos mais prestigiados, desde La Scala de Milão à Ópera de Chicago, da Royal Opera House de Londres à Ópera Metropolitana de Nova Iorque. Nasceu em Douai, realizando os estudos musicais no Conservatório Nacional Superior de Paris. Fez a sua estreia na Ópera de Marselha, em 1946. Mais tarde, em 1956, ingressou na Opéra Comique para dirigir todo o repertório e permaneceu Maestro Permanente da Ópera de Paris até 1963. Durante este período, dirigiu diversas temporadas da Ópera Metropolitana de Nova Iorque. Paralelamente dirigiu as grandes orquestras americanas e manteve uma colaboração com o Scala de Milão. Em 1966 foi nomeado Director musical da Ópera de Paris, tendo aí dirigido as principais orquestras filarmónicas, entre elas as de Berlim, Londres e Viena.

Em simultâneo realizou gravações de ópera e música sinfónica à frente de orquestras francesas e estrangeiras (entre as quais as Orquestras Sinfónicas de Boston e Chicago), ao mesmo tempo que prosseguia a sua carreira internacional. Colaborou com os artistas líricos mais destacados da cena internacional, em particular com Maria Callas, com quem manteve uma relação artística privilegiada. Em 1986 foi nomeado Primeiro Maestro Convidado da Orquestra Sinfónica de Viena durante um período de cinco anos, tendo-se mantido ligado a esta formação até à actualidade na qualidade de Maestro honorário vitalício.

Em Julho de 1989 dirigiu os concertos de inauguração da Ópera da Bastilha, em torno dos quais se reuniram os maiores solistas mundiais para actuar com a Orquestra e os Coros da Ópera, permanecendo actualmente como um dos maestros privilegiados das grandes orquestras internacionais, com as quais realizou numerosas digressões através do mundo inteiro. Entre estas formações podem destacar-se as Orquestras Filarmónicas de Viena e Berlim, as Orquestras Sinfónicas de Viena e Bamberg, a Orquestra Nacional de França, a Orquestra de Paris, a Orquestra da Ópera Nacional de Paris e a Orquestra Europeia da Juventude. Em 1994, por ocasião da comemoração do 70º aniversário de Georges Prêtre, foram realizados diversos concertos em Zurique, Viena e Paris (Basílica de Saint Denis e Ópera da Bastilha).

Em Abril de 2001, no âmbito do Ciclo Grandes Orquestras Mundiais da Gulbenkian, apresentou-se no Coliseu de Lisboa, à frente da Orquestra de Paris.

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