Coreia do Norte garante estar prestes a testar míssil intercontinental

Kim Jong-un diz que o país é hoje uma “potência militar do Oriente que mesmo o mais poderoso dos inimigos não pode tocar”.

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Kim Jong-un fez um discurso à nação na passagem de ano KCNA/Reuters

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, garantiu que o seu país está a poucos passos de testar um míssil balístico intercontinental, aquela que é a grande ambição de Pyongyang na sua tentativa para se dotar de uma arma capaz de atingir os Estados Unidos, dissuadindo qualquer tentativa de ataque norte-americano.

O anúncio, tão difícil de confirmar como todos os feitos pelo dirigente do país mais isolado do mundo, surgiu durante o discurso de Ano Novo de Kim Jong-un, durante o qual assegurou que em 2016 a Coreia do Norte “atingiu o estatuto de potência nuclear” e é hoje uma “potência militar do Oriente que mesmo o mais poderoso dos inimigos não pode tocar”.

“A investigação e desenvolvimento de equipamentos militares de última geração estão a progredir activamente e estamos nas últimas etapas antes de um teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental”, disse o terceiro da dinastia Kim a liderar a Coreia do Norte, citado pelas agências internacionais.

Os especialistas em armamento dividem-se sobre o quão perto estará Pyongyang de conseguir desenvolver um míssil intercontinental capaz de transportar ogivas nucleares, escreve a Reuters. O que é certo é que em 2016, o regime norte-coreano intensificou quer os testes nucleares – a 9 de Setembro detonou no subsolo a sua quinta e mais poderosa ogiva – quer o ensaio de mísseis de curto e médio alcance, numa actividade que lhe valeu o endurecimento das sanções que as Nações Unidas lhe aplicam desde 2006. Em Fevereiro, o país lançou também um foguetão, com tecnologia em tudo idêntica à de um míssil intercontinental

No mês passado, um alto responsável norte-americano disse não ter muitas dúvidas de que o país tem já capacidade para miniaturizar uma ogiva nuclear e coloca-la num míssil, mas falta-lhe ainda aperfeiçoar a tecnologia de reentrada na atmosfera e atingir o alvo – a fim de percorrer maiores distâncias, os projécteis intercontinentais efectuam voos suborbitais.

Para Kim Yong-Hyun, especialista em assuntos norte-coreanos da Universidade Dongguk de Seul ouvido pela AFP, visa “pressionar [o futuro Presidente norte-americano] Donald Trump”. “É uma maneira de dizer, se os EUA prosseguirem a sua política hostil em relação à Coreia do Norte, vamos testar um míssil intercontinental nos próximos meses”. 

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