PSD diz que mais valia não ter um Governo em plenas funções

Líder da bancada social-democrata abriu as jornadas parlamentares com duras críticas ao executivo de António Costa.

Foto
Luís Montenegro é o líder parlamentar do PSD Adriano Miranda

Luís Montenegro, líder da bancada social-democrata, acusa o “Governo das esquerdas” de falhar na política económica e recorre ao exemplo de Espanha, que regista crescimento económico apesar da crise política, para concluir que “mais vale ter um governo que não tenha plenitude de funções do que um que estraga tudo o que foi feito”.

O dirigente social-democrata falava na abertura das jornadas parlamentares do PSD, que decorrem num hotel de Coimbra. Na intervenção, Montenegro insistiu no ataque à política económica do Governo, tendo em conta os indicadores já conhecidos e o que foi prometido pelo PS. “O Governo das esquerdas falhou, falhou em toda a linha”, apontou, lembrando as previsões do crescimento económico, os resultados das exportações e do investimento. Luís Montenegro reiterou a ideia, já sublinhada na entrevista desta segunda-feira ao PÚBLICO, de que o Governo dispõe de todas as condições para trabalhar, quer por parte das instâncias europeias quer por parte do Presidente da República.

“O Governo não pode estar a construir desculpas para os seus falhanços. E muito menos a desculpar-se com o passado, começa a cansar essa conversa do passado. O primeiro-ministro fala muito disso. Fala muito do PSD e para o PSD, vai-se cobrindo se ridículo quando diz que está a cumprir porque está a devolver rendimentos”, afirmou, lembrando que a devolução dos cortes já começou na anterior legislatura: “É mais rápido, OK. Mas não foi ele [António Costa] que inventou”.

As declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, à CNBC, conhecidas esta segunda-feira, não passaram em branco entre os sociais-democratas. Luís Montenegro acusou o responsável de “lançar a confusão” ao afirmar que quer “evitar um segundo resgate”. Afirmando que Centeno “devia ser o portador de confiança, credibilidade”, o líder parlamentar social-democrata criticou: “Um ministro das Finanças não diz que está a tentar evitar - evita!”.

A pouco mais de um mês de a proposta de Orçamento do Estado para 2017 ser apresentada, o líder da bancada do PSD escusou-se a revelar se o partido vai apresentar propostas de alteração ao documento, devolvendo a bola ao PS, BE e PCP. “Então cheguem-se à frente. Apresentem ao país as medidas do Orçamento be mostrem que elas são viáveis”, afirmou, considerando “curioso e hipócrita” que a atenção esteja virada para a acção do PSD.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários