Um exame mais “fácil” para quem persegue mais um 10 do que um 20

Para os alunos da Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, o exame de Biologia e Geologia desta quarta-feira foi “mais fácil” do que o do ano passado. Mas as professoras da disciplina alertam para o “aumento do grau de dificuldade”.

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À porta da secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, a boa disposição reinava entre os alunos Paulo Pimenta
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Às 11h30 soou a campainha que ditava o fim do exame. Quando os primeiros alunos da Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, começaram a sair, a boa disposição era evidente. “Correu bem”, “era mais fácil do que o do ano passado” era a opinião de alguns alunos que falaram com o PÚBLICO. A maioria dos que saíam estava a realizar a prova pela segunda vez, com o objectivo de “subir a média” e entrar no curso que desejam. No entanto, dos 251 alunos que fizeram exame de Biologia e Geologia naquela escola foram poucos os que não aproveitaram a meia hora de tolerância. 

Toca a campainha pela segunda vez. Pouco depois do meio-dia, agora sim, um magote de alunos sai das salas de enunciado na mão. Comparam-se as respostas às perguntas de escolha múltipla que, este ano, “eram mais fáceis, mais objectivas”, diz ao PÚBLICO Elisa Gilman, do 12º ano. 

Mas para uma das professoras da disciplina, “houve um ligeiro aumento do grau de dificuldade”, salienta Emília Subida. Uma prova que as docentes consideraram “equilibrada”, quer pelos conteúdos programáticos da componente de Biologia e Geologia, assim como pela matéria de 10º e 11º ano. O exame pode permitir a um aluno que não se tenha esforçado muito “atingir a positiva”, mas as “classificações muito elevadas vão ser difíceis de atingir com esta prova”, alertam as professoras. 

Critérios de correcção do exame de Biologia e Geologia do 11.º ano

Apesar dos textos curtos, “que facilitaram a leitura, mais rápida pelos alunos”, a prova teve “alguns aspectos em que era necessário analisar com atenção” e que se prenderam com a “interpretação dos textos e do próprio enunciado da questão”. Mas “muitas das vezes, os alunos têm uma maturidade que ainda é insuficiente e que não lhes permite fazer algumas correlações entre questões”, destaca Maria José Frutuoso.

Mas percebe-se que “a última pergunta, do último grupo” foi a pedra no sapato dos estudantes. “O mais complicado eram as respostas mais extensas, principalmente a última”, conversa um grupo de alunos do 11º ano. Uma opinião partilhada pela maioria dos estudantes mas com a qual as professoras da disciplina não concordam. “Eles tinham obrigação de chegar lá”, diz Emília Subida. “Nas perguntas de desenvolvimento, eu diria que atingir os tópicos todos não é fácil”, completa Maria José Frutuoso. 

Mas a confiança que os alunos demonstraram na obtenção de bons resultados pode não ser “bom sinal”. “Às vezes os alunos têm uma percepção diferente da realidade quando saem da prova, mas depois quendo se confrontam com os critérios de classificação, vêem que não foi assim tão fácil”, continua. 

As professoras admitem que os alunos terão já feito testes mais difíceis do que este exame, durante o período lectivo e que por isso “estavam preparados”. A escola fez uma prova intermédia de preparação, igual para todas as turmas, no final do segundo período. 

O exame de Biologia e Geologia é conhecido pelos seus fracos resultados, mas é também um dos mais concorridos porque é requisito para o acesso a cursos na área da saúde, por exemplo. A média da 1ª fase do exame do ano passado foi negativa (8,9). 

Esta quarta-feira, também os alunos de Economia A, Alemão, Espanhol, Francês e Inglês regressaram às salas de aula.

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