Costa acredita que domingo há acordo entre CaixaBank e Isabel dos Santos

Em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF o primeiro-ministro admitiu ter-se encontrado com a empresária angolana

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Isabel dos Santos tem cerca de 19% do banco Fernando Veludo/nFactos

António Costa acredita que até domingo haverá fumo branco nas negociações entre o espanhol CaixaBank e a empresária angolana Isabel dos Santos sobre o futuro do BPI.

O banco português, detido em 44,1% pela CaixaBank e onde Isabel dos Santos tem uma fatia de 18,6%, tem até 10 de Abril para reduzir o excesso de concentração de riscos em Angola da ordem de 3000 milhões de euros, uma exigência do Banco Central Europeu (BCE) que inclui aquele país na lista dos que não têm regras de supervisão equivalentes às da Europa.

“Não há nenhuma razão neste momento para não confiar que as partes vão chegar a um entendimento em tempo útil”, disse o primeiro-ministro numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que será publicada domingo.

Sem acordo, o BCE impõe multas diárias ao BPI que podem chegar aos 160 mil euros por dia. António Costa defende que, havendo entendimento entre as partes, “o BCE terá em conta que há procedimentos legais que têm o seu tempo próprio e que não se justifica a aplicação de multas”.

“O senhor Draghi conhece muito bem a situação do sistema financeiro português, banco a banco, tem ideias muito claras do que o sistema financeiro tem e deve ter e até agora não encontrei nenhuma divergência de fundo entre o entendimento do BCE e o do Governo nesta matéria”, disse, referindo-se ao presidente do regulador europeu, que esteve quinta-feira na primeira reunião do Conselho de Estado na Presidência da República.

António Costa admitiu ainda ter-se encontrado com Isabel dos Santos num “quadro de normalidade” e tal como faz com outros empresários enquanto chefe de Governo. “Entendi no momento próprio transmitir a todos os interessados em investir no mercado português que o Governo está aberto e quer reforçar o investimento directo estrangeiro, tenha ele origem em Angola, na Alemanha, em França ou na China”, disse.

Até agora, as negociações entre o espanhol CaixaBank e a empresária angolana Isabel dos Santos não foram conclusivas. No último comunicado, enviado ao mercado a 24 de Março, o CaixaBank veio esclarecer “que não se conseguiram reunir as condições necessárias para alcançar um acordo com a Santoro Finance”, a holding de Isabel dos Santos, segundo maior accionista da instituição liderada por Fernando Ulrich.

Na mesma nota, o banco espanhol mostrava-se disponível para "continuar a colaborar e a apoiar o BPI para encontrar uma solução para a situação de excesso de concentração de riscos decorrente da sua participação de controlo no Banco de Fomento de Angola (BFA).”  Já fonte próxima da empresária afirmou apenas que "há total disponibilidade e abertura para continuar as negociações".

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