Nuno Melo inclinado a avançar para a liderança do CDS-PP

Eurodeputado esteve várias horas esta quinta-feira à tarde no grupo parlamentar do partido.

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Antigos apoiantes de Nuno Melo subscrevem esta moção Enric Vives-Rubio

O eurodeputado Nuno Melo está a ponderar seriamente ser candidato à liderança do CDS-PP, mas a decisão final só será tomada na próxima semana, segundo fontes próximas do dirigente. Na véspera do conselho nacional de despedida de Paulo Portas, o vice-presidente do partido esteve várias horas no grupo parlamentar do CDS.

Apesar de ter decretado esta semana como a de reflexão, a decisão de Nuno Melo se candidatar pende mais para o sim. É essa a convicção de vários centristas que lhe são próximos, que contam com a decisão final na próxima semana. O eurodeputado tem o apoio das maiores distritais – Lisboa, Porto, Aveiro, e Braga – além de Coimbra e Viana do Castelo.

Os dirigentes têm-se abstido de fazer declarações públicas de apoio antes do Conselho Nacional desta sexta-feira que marcará o congresso da eleição do líder do partido e que é o último de Paulo Portas em plenitude de funções. É ponto assente que só depois da reunião será o momento para falar na sucessão.  

Neste Conselho Nacional, que se adivinha longo, esperam-se muitas declarações de agradecimento e de tributo ao líder do partido nos últimos 18 anos, entre as quais as do próprio Nuno Melo, que esta quinta-feira à tarde esteve com os deputados do CDS na sala do grupo parlamentar.

A visita, que se prolongou por várias horas, aconteceu no dia em que defendeu, num artigo de opinião no Jornal de Notícias, que o partido tem “ideologia, bases e quadros”. Entre esses quadros, Nuno Melo referiu 22 nomes, incluindo o de Assunção Cristas, uma possível candidata à liderança, mas também de críticos da direcção de Paulo Portas, como é o caso de Filipe Anacoreta Correia e de José Ribeiro e Castro.

Figuras “de todas as sensibilidades e com visões programáticas nem sempre concordantes, mas que são amiúde lembrados como opção de liderança”, lê-se no artigo sobre o futuro do CDS, que tem um tom inclusivo. É esse, aliás, o propósito da candidatura que Nuno Melo está a ponderar, segundo fontes próximas do eurodeputado. Caso venha a avançar, o vice-presidente não pretende criar divisões no partido, mas sim gerar consensos em torno do seu nome.

No texto, o possível sucessor de Portas declara longa vida ao partido que “historicamente ocupa o centro-direita”: “Como desde 1974 algum comentário político antecipa que o fim do partido chegou. Devo lembrar que se enganaram sempre. Felizmente para Portugal, enganar-se-ão uma vez mais”.

Ao que o PÚBLICO apurou, Nuno Melo não renuncia ao seu mandato de deputado europeu até ao Congresso, que será em Março ou Abril deste ano. Mesmo, numa primeira fase, caso venha a ser eleito líder do partido, é possível que acumule as duas funções e não tome o seu lugar de deputado na Assembleia da República. 

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