Fed regressa às subidas das taxas de juro nove anos depois

Taxas são elevadas em 0,25 pontos percentuais, uma decisão que marca o fim de um longo período de juros nulos. Futuras subidas serão feitas de forma "gradual", diz a Fed.

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Janet Yellen, presidente da Fed Jonathan Ernst/Reuters

A Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou esta quarta-feira uma subida das taxas de juro, uma decisão que representa o ponto final de um período de nove anos de políticas monetárias fortemente expansionistas e que pode ter impactos no desempenho económico.

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A subida irá colocar a taxa efectiva da Fed a variar num intervalo situado entre os 0,25% e os 0,5%, isto é num patamar 0,25 pontos percentuais acima do intervalo entre 0% e 0,25 em que se encontrava até agora.

A decisão, largamente antecipada pelos mercados, foi tomada de forma unânime pelo membros do comité da Fed responsável pela condução da política monetária nos EUA.

 No comunicado em que a decisão foi anunciada, a Fed diz que o caminho futuro de subidas de taxas de juro será percorrido de forma “gradual” e dependendo daquilo que forem os indicadores económicos entretanto conhecidos. “O comité espera que as condições económicas evoluam de uma forma que justifique apenas subidas graduais nas taxas de juro”, afirma o comunicado, salientando ainda que o rumo das taxas “vai depender do cenário económico tal como ele se venha a revelar nos dados futuros”.

Esta moderação na forma como descrevem as futuras subidas de taxa de juro mostra a preocupação dos responsáveis da Fed em não assustar os mercados com uma mudança demasiado brusca de políticas. Ainda assim, num documento autónomo, os membros do comité projectam em média que a taxa de juro apropriada no final de 2016 deverá situar-se em 1,375%, o que significa que, no decorrer do próximo ano, se pode esperar a ocorrência de mais quatro subidas idênticas à anunciada esta quarta-feira.

Os mais críticos de um regresso a uma subida das taxas de juro têm afirmado que este abandono de uma política muito expansionista pode representar um risco para a retoma económica, que ainda não está totalmente consolidada. Numa resposta a estes receios, a Fed afirma que “tem havido uma melhoria considerável das condições do Mercado de trabalho este ano” e que está “razoavelmente confiante que a inflação irá subir no médio prazo para o seu objectivo de 2%”.

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