Ministro do Planeamento reúne-se com novo accionista da TAP

O ministro do Planeamento vai reunir-se na quinta-feira com o empresário Humberto Pedrosa, accionista do consórcio Gateway, que comprou 61% da TAP.

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O ministro do Planeamento, Pedro Marques, conduz as negociações com os novos donos da TAP Enric Vives-Rubio

Os contactos entre o Governo e os novos donos da TAP com vista a fazer regressar a maioria do capital da companhia para a esfera pública prosseguem. O PÚBLICO sabe que o empresário Humberto Pedrosa, que é sócio de David Neeleman no consórcio Atlantic Gateway, vai encontrar-se na quinta-feira com o ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques.

Sem confirmar a existência da reunião, fonte oficial do Ministério recordou que o governante afirmou recentemente que tinha sido iniciado um processo negocial com vista a garantir que a maioria do capital da TAP volta a ser público. Desde Novembro, 61% das acções da empresa estão nas mãos da Gateway, que já injectou cerca de 150 milhões de euros na TAP.

Sobre a audição do ministro na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras, aprovada na reunião desta quarta-feira, depois de requerimentos apresentados pelo PCP e pelo CDS-PP, fonte do ministério adiantou que ainda não foi agendada data. Os deputados querem ouvir o que Pedro Marques tem a dizer sobre a TAP e sobre a intenção da IP – Infraestruturas de Portugal introduzir portagens na A3 e na A4.

O requerimento do PCP para ouvir o ministro a propósito da TAP foi aprovado por unanimidade na comissão presidida por Hélder Amaral, do CDS-PP. O deputado comunista Bruno Dias justificou o pedido com a "necessidade de acompanhamento e conhecimento que a Assembleia da República deve assegurar da situação da companhia aérea de bandeira portuguesa, que ainda o é".

"Estamos perante uma situação de irregularidade que tem de ser esclarecida. Há um conjunto de decisões anunciadas e colocadas na praça pública que merecem as maiores preocupações", nomeadamente a "degradação do modelo de serviço que uma companhia que durante anos se marcou pela qualidade e ainda marca a diferença", disse o deputado.

Para o deputado, essa qualidade "não deve ser indiferenciada, ao contrário do que aparece como estratégia de quem está a mandar na companhia".

Por seu lado, André Campos, do PSD, disse que quer saber o que ministro "pensa fazer relativamente à TAP face à promessa do aumento da participação do Estado na companhia".

"Como é que o Governo pretende fazer esse reforço da participação pública, o que propõe relativamente ao futuro da companhia e como pretende garantir que a TAP tem futuro", são dúvidas do PSD.

Para o BE, o deputado Heitor de Sousa defendeu ser "de todo o interesse" que o ministro explique a anunciada venda de património da TAP, nomeadamente os edifícios e os terrenos.Com Lusa

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