Primeiros nomes para 2016: Meg Stuart, Richard Maxwell, Roedelius, Guy de Cointet...

Culturgest e Teatro Maria Matos já têm programa para os primeiros meses do ano.

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The Evening introduzirá Richard Maxwell e os seus New York City Players ao público português NEW YORK CITY PLAYERS

Há menos de um ano, um crítico de teatro do New York Times veio afirmar que Richard Maxwell (West Fargo, Dakota do Norte, 1967) é "talvez o mais importante autor americano experimental da sua geração" – entretanto, a Culturgest achou que os espectadores portugueses deviam conhecê-lo e pôs dois dos seus espectáculos a abrir a agenda da instituição para 2016 (antes há um concerto de Desidério Lázaro, que no dia 8 vem apresentar o seu último disco, Subtractive Colours, ao ciclo Jazz +351, e, no dia 11, a abertura das conferências Lisboa: O Tempo de Grandezas, organizadas pelo historiador de arte e olissipógrafo José Sarmento de Matos). Mas voltemos a Richard Maxwell e aos seus New York City Players: será com The Evening (dias 11 e 12), peça estreada este ano e escrita enquanto o pai morria (“Enquanto escrevia, sentia cada vez mais que era eu quem estava a ser escrito. Na verdade, a sensação era a de ser desescrito"), que o dramaturgo norte-americano causará a sua provavelmente fortíssima primeira impressão; a segunda caberá, dias 15 e 16, à tragicomédia Isolde (uma leitura tchékhoviana da lenda de Tristão e Isolda). 

Lá fora..., de Crista Alfaiate e Carla Galvão, e Final do Amor, numa encenação de Victor de Oliveira para o texto de Pascal Rambert, completam a agenda de teatro da Culturgest antes de ela se cruzar com a grande exposição deste trimestre, dedicada a Guy de Cointet. Esquecido após a sua morte em 1983, o artista francês produziu uma extensa obra (repartida entre o desenho, o teatro e os livros) em que exprimiu o seu enorme fascínio pela linguagem; em Lisboa, os curadores Eva Wittocx e Miguel Wandschneider farão acompanhar a exposição (20 de Fevereiro a 15 de Maio) da apresentação de várias peças de teatro (5 e 19 de Março). No Porto, a galeria da Culturgest será ocupada pela portuguesa Ana Jotta, com Cassandra (16 de Janeiro a 19 de Março). Entretanto, na música, há a registar a estreia em Portugal dos The Gloaming, banda de virtuosos irlandeses (4 de Março em Lisboa, um dia depois em Viseu, no Teatro Viriato), concertos de Carmen Souza e Theo Pascal (23 de Janeiro), Carlos Martins (12 de Fevereiro), Slow is Possible (1 de Março) e Eric Revis Trio (15 de Março), e mais uma edição, a nona, do Festival Rescaldo em que se fará mais um mapeamento da nova música portuguesa (19 a 27 de Fevereiro). Na dança: Lastro, de Né Barros (19 e 20 de Fevereiro), e Delirar a Anatomia, de Ana Rita Teodoro (11 e 12 de Março).

Não muito longe dali, no Maria Matos, também será o teatro a abrir o ano, com O Grande Livro dos Pequenos Detalhes (8 a 13 de Janeiro), texto que um dramaturgo inglês que já é muito cá de casa, Alexander Kelly, escreveu para duas portuguesas, Paula Diogo e Cláudia Gaiolas, e dois brasileiros, Michel Blois e Thiare Maia Amaral. Logo a seguir, a 16, o reencontro de um membro fundador de algumas das mais seminais aventuras do krautrock (Cluster, Harmonia), Roedelius, com o grupo de músicos portugueses que o acompanhou em Braga em Outubro, na última edição do Festival Semibreve. Hunter, o solo em que Meg Stuart recapitula as memórias, os antepassados, as fantasias e os heróis que transporta no seu corpo de cidadã e de performer (28 a 30 de Janeiro), concertos de Simão Costa (3 de Fevereiro) e Dawn of Midi (16 de Fevereiro), a nova criação de Marlene Monteiro Freitas (Jaguar, colaboração com o actor e bailarino alemão Andreas Merk, de 18 a 20 de Fevereiro), e uma versão do Pinocchio pelo colectivo Primeiros Sintomas (27 de Fevereiro a 5 de Março) fecham o programa do teatro municipal dirigido por Mark Deputter para os dois primeiros meses de 2016.

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