Governo terá “grande empenhamento” em cumprir meta do défice

Carlos César põe em causa a garantia de Passos Coelho de que é possível ficar abaixo dos 3%.

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Carlos César: as “contas que existem permitem que esse objectivo seja alcançado Enric Vives-Rubio

O presidente do PS, Carlos César, garantiu que o novo Governo socialista “fará todo o possível” para que seja cumprida a meta do défice abaixo dos 3% em 2015. A garantia foi deixada à entrada da comissão nacional do partido, que se reuniu neste sábado num hotel em Lisboa.

“O Governo que entrou em funções fará todo o possível para que nestes vinte e poucos dias que faltam não sejam comprometidos esses objectivos de saída do processo de défice excessivo”, afirmou o também líder parlamentar, numa alusão ao objectivo dos 3%. Questionado se ficou esclarecido com as recentes declarações de Passos Coelho, antigo primeiro-ministro, sobre a meta do défice, Carlos César afirmou que as palavras do ex-chefe de Governo “não são sempre um factor de grande segurança”. “O antigo primeiro-ministro prometeu e comprometeu-se com inúmeras metas e raramente as cumpriu”.

César considerou ser fundamental para "qualquer Governo" atingir esse défice "porque constrangimentos que deixam de existir são importantes para a actividade de governar e para liberdade governativa". "O nosso empenhamento é grande neste domínio", sublinhou.

O presidente do PS foi ainda questionado sobre se o cumprimento da meta fixada depende apenas do actual Governo, tendo remetido a resposta para declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, quando disse que as “contas que existem permitem que esse objectivo seja alcançado e que fará tudo para ser alcançado”.

Passos Coelho sustentou, esta sexta-feira à noite, que “tudo se encaminha” para que a meta seja cumprida, desde que haja contenção. “Basta manter o nível de esforço de despesa e ter o mesmo padrão de receita que até Outubro foi observado, para que um défice inferior a 3% seja alcançado”, disse, na Guarda, onde este sábado presidiu às cerimónias oficiais dos 35 anos da morte do antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro.

Segundo a análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), o aumento das despesas do Estado com bens e serviços é um dos principais motivos para que cumprir a meta do défice continue a ser uma tarefa “exigente”.

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