China estuda plano de estímulos de 167 mil milhões de euros

Fundo destina-se a projectos de investimento. FMI mantém previsões de crescimento da economia chinesa em 6,8%.

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O primeiro-ministro , Li Keqiang disse que a China “não é uma fonte de risco, mas uma fonte de crescimento" REUTERS/Jason Lee

O Governo chinês está a estudar um plano de estímulos de 1,2 biliões de yuan (167 mil milhões de euros) para os próximos três anos, segundo um relatório do banco de investimento privado China International Capital Corporation (CICC).

Os fundos do Governo central destinam-se a projectos de investimento, muitos já aprovados pelas autoridades, e seriam acompanhados por contribuições dos bancos públicos e privados, bem como de outros investidores, através de acordos de cooperação público-privada.

O objectivo é mobilizar entre 5 e 7 biliões de yuan (695 mil a 975 mil milhões de euros), acrescenta o relatório do banco estatal, citado pela agência oficial Xinhua. Estes valores representam entre 2,5 e 3,4% do Produto Interno Bruto.

Segundo o estudo, os projectos de investimento seriam financiados não só por bancos estatais, mas também por outros meios, como investidores privados e parcerias público-privadas.

A Xinhua refere que este relatório foi divulgado depois de, na terça-feira, o ministro das Finanças chinês ter anunciado várias políticas fiscais para manter o ritmo de crescimento da economia. Entre as medidas, conta-se um maior financiamento para acelerar os projectos de construção ou mais incentivos fiscais.

Previsão do FMI mantém-se
Também nesta sexta-feira, o director-geral adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI), Zhu Min, manteve a previsão de crescimento para a China em 6,8% para 2015, apesar das recentes oscilações do mercado financeiro e da desvalorização do yuan.

Numa intervenção no Fórum Mundial de Dalian, que termina nesta sexta-feira após dois dias de sessões, Zhu assegurou que o FMI mantém o valor de crescimento que publicou no seu relatório anual, em Julho, sobre a segunda economia mundial e também a de 6,3% para 2016.

Zhu, ex-vice-governador do Banco Central chinês, considerou que "a volatilidade do mercado de valores tem muito pouco impacto na economia real da China".

Apesar dos últimos indicadores que apontam para uma desaceleração da economia chinesa, o governo chinês mantém a meta de crescimento nos 7% para 2015, duas décimas acima da previsão do fundo.

No mesmo palco, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, procurou tranquilizar os investidores e disse que a China “não é uma fonte de risco, mas uma fonte de crescimento para o mundo”. No discurso no Fórum Económico Mundial, Keqiang disse, citado pelo Financial Times, que “apesar de alguma moderação na velocidade, a performance da economia chinesa é estável e move-se numa direcção positiva”.

Em Dalian, o primeiro-ministro rejeito que a instabilidade nos mercados internacionais verificada nos últimos meses tenha sido desencadeada pela situação chinesa .“As flutuações recentemente nos mercados financeiros mundiais são uma continuação da crise global de 2008”, referiu Keqiang. O responsável afirmou ainda que as autoridades chinesas tomaram medidas para estabilizar os mercados “para prevenir os riscos de contágio”. “Agora podemos dizer definitivamente que prevenimos os riscos financeiros sistémicos”, acrescentou.

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