Portugueses apostam cada vez menos nos Certificados de Aforro

Praticamente toda a poupança está a ser canalizada para os Certificados do Tesouro.

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Inflação e comissões anulam depósitos de baixas quantias. Daniel Roland/AFP

As poupanças aplicadas pelos portugueses nos certificados do Estado ascenderam a 91 milhões de euros em Junho, em queda face aos 127 milhões de euros captados em Maio, revelam os dados do boletim estatístico do Banco de Portugal, publicado esta terça-feira.

A preferência dos portugueses continua a ser canalizada para os Certificados do Tesouro Poupança Mais - uma aplicação a cinco anos e com uma taxa de juro mais atractiva - que atraiu 90 milhões de euros de poupanças.

O total captado caiu abaixo dos 100 milhões que registou nos últimos dois meses. Em Abril, o produto captou 133 milhões de euros e em Maio 107 milhões de euros.

Com uma rentabilidade actual de 2,25% brutos, muito abaixo dos 5% antes do corte de taxas aplicado em Fevereiro, o saldo acumulado dos Certificados do Tesouro ascende a 6,9 mil milhões de euros.

Os “velhos” Certificados de Aforro captaram apenas um milhão de euros em termos líquidos. A diferença entre o saldo de Maio e de Julho é de 11 milhões de euros, mas 10 milhões de euros são relativo à capitalização de juros e não a novas aplicações.

Em Maio, o saldo dos Certificados de Aforro foi positivo em 19 milhões de euros, mas descontados os 11 milhões de euros de capitalização de juros o valor cai para 8 milhões de euros.

Este último produto tem sido duplamente penalizado, uma vez que para além de oferecerem taxas de juro mais baixas, que com a queda da Euribor, a que estão associados, já fica abaixo de 1% (contra 3% em Janeiro), também têm registado um aumento muito significativo de resgates.

O valor acumulado neste produto ascende a 12,6 mil milhões de euros. O total de Certificados de Aforro e do Tesouro ascende actualmente a 19,6 milhões de euros, mais 2,4 mil milhões de euros que no final de 2014.

Apesar da quebra de remuneração dos produtos do Estado, os juros oferecidos pelos depósitos bancários continuam muito baixos, sem concorrência face aos produtos de dívida pública.

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