Indústria têxtil antecipa em cinco anos meta de cinco mil milhões de exportações

Até 2020, o sector vai investir 90 milhões de euros em internacionalização e promoção da imagem.

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Empresa portuguesa Farfetch vende artigos de mais de 300 lojas de luxo internacionais.

A indústria têxtil está confiante na manutenção do ritmo de crescimentos das vendas no mercado externo, admitindo que em 2015 possa atingir cinco mil milhões de euros em exportações, o que representa uma antecipação do que estava previsto para 2020.

Paulo Vaz, secretário-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) explicou ao PÚBLICO que a manter-se o ritmo de crescimento verificado em 2014, em que as vendas cresceram 8%, é possível antecipar o que estava projectado para o final da década.

A menos que acontece alguma surpresa, e mesmo contando com algum arrefecimento das economias emergentes, na sequência da crise do petróleo, o sector antecipa a recuperação do valor das exportações do sector em 2001.

Em 2014, o sector exportou 4,6 mil milhões de euros, o valor mais alto dos últimos 11 anos. O volume de negócios do sector colocado no mercado externo ascendeu a 72%, um crescimento de 10 pontos percentuais face a 2005, quando apenas 60% do volume de negócios se dirigia ao exterior. As vendas da indústria têxtil representam 10% das exportações nacionais e 3% das exportações da União Europeia em têxteis e vestuário.

A ATP, que este ano assinala 50 anos de actividade, vai continuar a investir na promoção do sector no mercado externo. O montante de investimentos previsto pela associação, até 2020, totaliza 90 milhões de euros. Uma forte componente daquele montante, que conta com apoios do novo quadro comunitário de apoio, será realizada no apoio à internacionalização do sector.

Em 2014 mais de 200 empresas participaram em 65 feiras, em 35 países. “Não queremos descontinuar este esforço, antes reforçá-lo até 2020”, refere Paulo Vaz, acrescentando que entre 15% e 20 % dos 90 milhões será canalizado para programas de promoção da imagem do sector.

A promoção de uma imagem de modernidade e dinamismo do sector é uma preocupação da ATP para o mercado externo, mas também para o mercado interno. Isso porque “o sector precisa de atrair jovens para conseguir renovar-se”, destaca Paulo Vaz, lembrando que, no ano passado, o sector criou quatro mil postos de trabalho líquidos.

“O sector está cada vez mais criativo, aposta cada vez mais na inovação tecnológica, produzindo cada vez mais produtos com valor acrescenta”, refere Paulo Vaz, acrescentado que é possível ter uma carreira auspiciosa no sector.

Os 50 anos de actividade da ATP serão assinalados, entre outras iniciativas, com a realização de Fórum da Indústria Têxtil, em Novembro, para o qual está convidado o Presidente da República.

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