O CEIIA vai à ONU mostrar a sua tecnologia de mobilidade

O sistema de mobilidade Mobi.me vai estar em destaque na conferência do clima das Nações Unidas, no Peru, e deverá em breve chegar àquele país e à Colômbia.

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Medellin, a segunda maior cidade da Colômbia, com 2,4 milhões de habitantes, poderá ser a próxima a usar a tecnologia do CEIIA na sua rede de transportes AFP PHOTO/Fredy AMARILES

A tecnologia de mobilidade do CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel) já está em quatro cidades brasileiras, mas poderá dentro em breve ser a base de novos projectos de redes de transporte inteligentes em algumas das maiores urbes da América Latina.

O facto de o sistema Mobi.me ser o primeiro que permite quantificar as emissões poluentes em tempo real não passou despercebido aos organizadores da 20.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que esta semana começou em Lima, no Peru.

Enquanto se procura alcançar um novo acordo global para a diminuição das emissões de CO2, o Mobi.me (e em concreto a sua utilização no projecto Curitiba Eco-Eléctrico) será apresentado como case study na conferência “Caring for Climate Business Forum: Innovation. Ambition. Collaboration”, nos dias 8 e 9 de Dezembro.

Além do “grande orgulho” que este reconhecimento representa, José Felizardo, presidente executivo do CEIIA, sabe bem que a presença na conferência da ONU vai marcar o início de uma nova fase do processo de internacionalização do centro de investigação e engenharia português. Do Brasil, onde tem uma parceria estratégica com a eléctrica Itaipu para o desenvolvimento do Mobi.me (que além de Curitiba está em Brasília, Campinas, Foz do Iguaçu e em breve chegará ao Rio de Janeiro), o CEIIA já está pronto a dar o salto para outros países do Mercosul.

Esta semana, já estão marcadas novas reuniões com as autoridades municipais de Lima sobre o Mobi.me. Também há conversações com o município de Medellin, na Colômbia, e, para já, uma primeira abordagem ao município de Santiago do Chile. “É um modelo de internacionalização que terá de passar sempre por estabelecer parcerias locais” para a gestão e monitorização das operações, disse José Felizardo ao PÚBLICO.

Para os municípios superpopulosos (Lima tem nove milhões de habitantes e é a quinta maior cidade da América Latina), uma plataforma que mede as emissões de CO2, “que é aberta, não concorre com, nem substitui nenhuma outra” e que, por isso, pode ser integrada em qualquer rede de transportes (autocarros, bicletas, táxis ou mesmo veículos privados), é uma ferramenta de peso para a diminuição da pegada ecológica. Da monitorização de transportes e redes de partilha de veículos, das portagens, às redes de carregamento de veículos eléctricos, há inúmeras possibilidades.

Mas, para as empresas, o Mobi.me pode ser também um motivo de diferenciação e a base de novos serviços e modelos de negócio. O CEIIA está já em conversações com algumas grandes seguradoras para a comercialização do Mobi.me. A utilização de um sistema que permitisse monitorizar a utilização efectiva do automóvel permitiria, por exemplo, desenvolver um novo produto de seguro em que o consumidor “só paga aquilo que consome, ou seja, só paga em função da utilização que faz do carro e não quando o tem parado”. A lógica do Mobi.me é que cada vez mais os utilizadores olhem para a mobilidade como um serviço.

 

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