Altice está preparada para avançar “em breve” com proposta pela PT Portugal

Presidente-executivo da dona da Cabovisão e da Oni diz que a Altice não é um fundo especulativo e tem visão de longo prazo para a PT.

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Altice está a recolher informação sobre a PT Portugal junto da equipa de gestão da empresa AFP PHOTO/PATRICIA DE MELO MOREIRA

O presidente-executivo da Altice, Dexter Goei, diz que a empresa que detém a Cabovisão e a Oni está a preparar-se para “potencialmente, avançar com uma oferta” pela PT Portugal. Em entrevista ao Diário Económico, o gestor revelou que Altice está actualmente a “tentar fazer as 20 perguntas que se fazem” quando se trata de um investimento tão grande, mas está pronta para avançar “em breve”.

“Temos muito apoio da comunidade financeira internacional, o que será muito bom para a economia portuguesa”, disse Dexter Goei, reconhecendo pela primeira vez publicamente o interesse da Altice na PT Portugal. Uma operação que constitui “uma oportunidade única”.

Além de conversas com os accionistas da PT SGPS (que é accionista da Oi, dona da PT Portugal), a Altice está a recolher informação sobre a empresa junto da equipa de gestão da PT Portugal, liderada por Armando Almeida. E também já disse ao Governo que quer transferir para Portugal “uma parte relevante” dos seus call centers para o país, criando “cerca de quatro mil postos de trabalho”.

Para Dexter Goei, já se devia ter percebido que a Altice não é um fundo especulativo e tem uma visão de “longo prazo” para a PT Portugal: “Nos últimos cinco anos esse ruído já deveria ter desaparecido porque nem sequer pensámos em vender um negócio”. O gestor argumentou que nenhum fundo tem dez negócios, em dez países, está cotado em bolsa e não vendeu “nenhum negócio nos últimos 12 anos”.

O CEO da Altice garantiu ainda que, caso o grupo compre a PT Portugal, pretende continuar a investir em fibra óptica para tomar a liderança do mercado e competir com a NOS. A propósito do acordo recente entre a PT e a Vodafone para aumentar a cobertura em fibra, Dexter Goei foi categórico: “Nós nunca teríamos feito isso. Teríamos investido por nossa conta”. Goei também garante que o objectivo não é “desmantelar a empresa”. “À partida, do que conhecemos, não há nada [nos activos da PT Portugal] que nós queiramos vender”, salientou.

O gestor disse ainda que os “os recursos humanos não são o problema” nos custos da PT. Os custos com salários representam 9% dos custos da empresa, "em linha" com os 7% a 9% apresentados em média no sector. “Não estou a dizer que vamos manter todas as pessoas nos lugares onde estão. O que é preciso é ter uma empresa eficiente”, disse o presidente da Altice, acrescentando que “muitas vezes o problema não está nos custos internos, mas sim nos custos externos”, como fornecedores.

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