Bloco desafia Passos a "dar a cara" no Parlamento pelo BES

Dirigente político alertou para os riscos da solução encontrada.

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João Semedo Enric Vives-Rubio

O coordenador do BE João Semedo desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a interromper as suas férias e deslocar-se à Assembleia da República na quinta-feira para explicar a solução encontrada para o Banco Espírito Santo (BES).

Sublinhando que a solução encontrada "põe em risco as finanças públicas e o dinheiro dos contribuintes", João Semedo instou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a "dar a cara por essa solução".<_o3a_p>

"Desafiamos o primeiro-ministro a interromper as suas férias e a não se esconder atrás da ministra das Finanças e a estar na Assembleia da República na quinta-feira, na reunião da comissão permanente", afirmou o coordenador do BE, numa conferência de imprensa na sede do partido. João Semedo lembrou, a propósito, que Pedro Passos Coelho foi o primeiro responsável político a dizer que da operação desenhada "jamais haveria qualquer risco de utilização de um euro que fosse de dinheiros públicos" e, por isso, é a ele "que compete dar a cara. "Hoje os portugueses já não querem mais explicações, o que os portugueses querem é garantia que não será utilizado dinheiro público", insistiu, recordando que na preparação da solução para o BES o próprio Governo criou dois fantasmas, o da falência do banco ou da nacionalização.<_o3a_p>

No final, continuou, "fugindo a um e a outro, criou uma solução que não é carne nem é peixe e é uma solução que põe em risco as finanças públicas e o dinheiro dos contribuintes".<_o3a_p>

Segundo o dirigente político, não é verdade que o Estado se vai limitar a emprestar 4.600 milhões de euros, na medida em que é o próprio Estado "o último responsável sobre esse valor". "Não é verdade que o Estado se limite a emprestar, é ele mesmo a garantia do empréstimo. Se os 4.600 milhões de euros não forem reembolsados é o Estado que terá que fazer reembolso, o Estado é o garante desse empréstimo", explicou.<_o3a_p>

Além disso, acrescentou, há um segundo risco relacionado com os processos de impugnações e indemnizações que a criação do chamado ‘BES mau' vai dar origem, pois não serão processos apenas contra os anteriores administradores, mas também vão contestar a decisão do Estado.<_o3a_p>

Questionado sobre qual a solução que o BE advogaria para o BES, o coordenador do partido referiu que uma das hipóteses seria exigir que fosse todo o sector bancário privado a recapitalizar na íntegra o novo banco - deixava no privado aquilo que já se sabe que vai ser entregue. Outra hipótese, acrescentou, seria nacionalizar o banco: "não podemos olhar para a nacionalização como um papão, os problemas de fraude, fuga à informação, incumprimento relativamente ao regulador só se verificam na banca privada".

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