Juros da dívida a descer depois de mudanças na gestão do BES

Juros a dez anos estavam em 3,761% depois de terem terminado a 3,866% sexta-feira.

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Juros de Portugal descem, a par dos de Espanha, Italia e Grécia Enric Vives Rubio

Os juros da dívida portuguesa estavam na manhã desta segunda-feira a descer em todos os prazos, depois de o Banco de Portugal ter acelerado a mudança da gestão do Banco Espírito Santo (BES).

Cerca das 8h40 de hoje, os juros a dez anos estavam em 3,761%, depois de terem terminado a 3,866% na sexta-feira e de terem descido até aos 3,323% a 11 de Junho, um mínimo desde Outubro de 2005. No prazo a cinco anos, os juros estavam a descer para 2,468%, já abaixo dos 2,5%, depois de terem terminado a 2,554% na sexta-feira e de terem descido até ao mínimo de sempre (2,102%) a 9 de Junho.

No mesmo sentido, a dois anos, os juros da dívida estavam a descer para 0,919%, depois de terem fechado a 1,020% na sexta-feira, acima de 1% pela segunda vez desde 5 de Junho, e descido até 0,839% a 4 de Julho, um mínimo de sempre.

Depois dos juros das dívidas soberanas da periferia da Europa terem subido fortemente, o BES comunicou ao mercado, já esta segunda-feira, a cooptação de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato para os cargos de presidente, vice-presidente da comissão executiva e administrador financeiro da instituição, respectivamente.

De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as nomeações visam substituir "Ricardo Espírito Santo Salgado, José Manuel Pinheiro Espírito Santo e José Maria Espírito Santo Ricciardi, também membros da comissão executiva, que haviam renunciado ao mandato".

O Banco de Portugal (BdP) tinha determinado no domingo a convocação urgente de uma reunião extraordinária do conselho de administração do BES para proceder à cooptação dos novos membros para a comissão executiva.

O Banco de Portugal informou que continua a aguardar que lhe seja submetido, para avaliação, o modelo de governo interno que venha a ser aprovado em assembleia geral extraordinária. Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado.

A 17 de Maio, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar. O programa de ajustamento solicitado à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor cerca de três anos. Na reunião mensal de Julho, o Conselho de Governadores do BCE deixou inalteradas as medidas de política monetária anunciadas em Junho.

A 5 de Junho, o BCE tinha cortado a taxa de juro directora em 0,10 pontos percentuais para o novo mínimo histórico de 0,15% e anunciou a realização de duas injecções de liquidez de longo prazo (quatro anos), em Setembro e Dezembro deste ano, no valor de 400 mil milhões de euros, destinadas a serem emprestadas pela banca a empresas e famílias.

Os juros da dívida soberana da Irlanda estavam hoje a subir a dois e cinco anos e a descer a dez anos. Dublin terminou oficialmente, a 15 de Dezembro passado, o programa de ajustamento solicitado em 2010 à troika, no valor de 85 mil milhões de euros.

Os juros de Itália e de Espanha estavam a descer em todos os prazos, bem como os da Grécia a dez anos, o único prazo disponível daquele país.

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