The Endless River, primeiro álbum dos Pink Floyd em 20 anos, lançado em Outubro

A mulher do vocalista David Gilmour descreve o trabalho como “o canto do cisne” do teclista Richard Wright.

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Richard Wright, ao centro, ladeado por David Gilmour,à esquerda, e pelo baterista Nick Mason em 1988 PATRICK HERTZOG/AFP
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David Gilmour em palco em 2005 no concerto Live 8, em Londres John D McHugh/AFP
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Gilmour, Waters, Mason e Wright no Live 8 em 2005 John D Mc Hugh/AFP
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Roger Waters na digressão "The Wall" em Buenos Aires em 2012 Marcos Brindicci/REUTERS
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Os jovens Pink Floyd à porta dos estúdios da EMI em Londres em 1967 ARQUIVO

A mulher de David Gilmour anunciou via Twitter que, pela primeira vez em 20 anos, os Pink Floyd vão ter um novo disco. The Endless River tem como base sessões de gravação de 1994, segundo Polly Samson, mulher do vocalista, que descreveu o trabalho como “o canto do cisne” de Richard Wright, o teclista que morreu em 2008. Os representantes de Gilmour já confirmaram a existência de um novo álbum, que será de inéditos.

Richard Wright era também vocalista de vários temas dos Pink Floyd, além de ter sido o autor de canções do grupo britânico de prog-rock como The great gig in the sky e Us and them, de Dark Side of the Moon.   

O anúncio de um novo trabalho da banda surgiu sábado através do tweet de Polly Samson, ao qual se seguiu uma mensagem da cantora Durga McBroom-Hudson, ligada ao grupo nos anos 1980 e 90, tendo estado em digressão com os britânicos várias vezes, na qual acrescentou que Gilmour e o baterista Nick Mason gravaram novos temas nessas mesmas sessões e que o álbum será totalmente feito de inéditos. O post de McBroom-Hudson veio acompanhado de uma foto de uma sessão de gravações. A revista Rolling Stone confirmou domingo a notícia, através de um representante de David Gilmour. Segundo o tablóide britânico The Sun, Roger Waters, fundador que deixou o grupo há quase 30 anos, nada terá a ver com este novo The Endless River.
 
 
 

 


Durga McBroom-Hudson diz mesmo no seu testemunho no Facebook que  "a gravação [do que agora é The Endless River] começou de facto durante as sessões de The Division Bell (e sim, era o projecto paralelo originalmente intitulado The Big Spliff de que falou Nick Mason). É por isso que há faixas de Richard Wright nele. Mas David e Nick fizeram muito mais desde então. Originalmente era para ser um álbum completamente instrumental, mas eu entrei [no processo] em Dezembro e cantei em algumas faixas", diz, detalhando ainda que David Gilmour cantou depois sobre algumas dessas vozes. 

The Endless River sucede assim ao que parecia ter sido o derradeiro álbum de originais dos Pink Floyd, The Division Bell, que data exactamente de 1994 e que foi relançado este mês com uma nova edição de luxo. Os novos temas e o novo trabalho do histórico grupo terão nascido das sessões de gravação de The Division Bell e de temas que terão ficado por lançar à época.  

Quando em Setembro de 2012 começava a operação Why Pink Floyd?, que não só relançou todos os álbuns do grupo, remasterizados, mas também os acompanhou com edições especiais com misturas de Alan Parsons e versões alternativas dos temas, sabia-se já que os Pink Floyd são ciosos das suas gravações e materiais que ficam nos arquivos. Não era por isso expectável que libertassem temas gravados há 20 anos, tal como há dois anos não era expectável que lançassem tal operação de reedições, visto que são poucas os lançamentos de material inédito fora do cânone dos discos que foram libertando desde 1967 e que foram preparados e envoltos num discurso conceptual sempre apurado.

Questionado em 2012 sobre as reedições e lançamento de temas novos, Nick Mason respondeu que a banda está mais tranquila quanto ao estatuto do seu corpo de obra: "Havia necessidade de mostrar como desenvolvíamos uma ideia desde a sua forma original até à versão acabada. Ao ouvir os meus velhos discos de jazz, percebi que detestava os best of e que adorava as colecções completas da Verve, com os sets de Charlie Parker com quatro versões do Now's the time, algumas muito curtas porque eram simplesmente falsos arranques".

Representada agora por David Gilmour e Nick Mason depois da morte de Wright e de Syd Barrett (em 2006), a banda britânica que se estreou com Pipper At The Gates of Dawn (1967) tem um catálogo que conta com 14 álbuns de estúdio, três discos ao vivo e uma série de caixas e best of, além de edições em vídeo. O co-fundador, baixista e vocalista dos Pink Floyd Roger Waters abandonou a banda em 1985, embora tenha voltado à mesma para algumas actuações ao longo dos anos, e tem levado o emblemático The Wall em digressão mundo fora - nomeadamente em Portugal - além de tocar outros temas do grupo.

Notícia corrigida às 11h22: tradução correcta da expressão usada por Polly Samson para descrever o álbum; correção das canções assinadas por Rick Wright.

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