O grupo inglês Pink Floyd vai reunir os quatro elementos da sua formação clássica para participar, no dia 2 de Julho, no concerto de Hyde Park, em Londres, um dos cinco que compõem o Live 8, uma iniciativa de Bob Geldof pelo perdão da dívida dos países africanos e pela ajuda ao combate contra a fome naquele continente.

A confirmar-se, será o regresso do baixista e vocalista Roger Waters ao seio do grupo autor de "Dark Side of The Moon", de onde saiu acrimoniosamente em 1984 para prosseguir uma carreira a solo. Daí para cá, David Gilmour (guitarra e voz), Rick Wright (teclas) e Nick Mason (bateria) prosseguiram com o nome Pink Floyd – embora Waters os tenha tentado impedir, insistindo em que era o possuidor dos direitos –, mas com uma actividade intermitente, que se reflectiu em apenas algumas digressões mundiais e dois álbuns de originais ("A Momentary Lapse of Reason", de 1987, e "The Division Bell", de 1994).

Esta actuação, após 21 anos de separação, poderá confirmar os rumores de reagrupamento permanente para uma posterior digressão e um novo disco, pois nos últimos anos tanto Gilmour como Waters se revelaram, embora de forma cautelosa, abertos a tocarem de novo juntos.

O concerto do Live 8 de Londres conta com a presença, para além dos Pink Floyd, de Madonna, dos U2, REM, Coldplay e ainda Paul McCartney e Elton John. Mas o evento está também a dar que falar pelas ausências: os Radiohead e os Blur, duas das mais importantes bandas britânicas, recusaram o convite. Os primeiros, porque o guitarrista Jonny Greenwood acaba de ser pai e porque os restantes elementos da banda “estão espalhados por todo o lado”; os segundos, porque não querem fazer parte de um cartaz que carece de diversidade, incluindo poucos artistas negros.