Rússia espera que os seus "sinais positivos" sobre a Ucrânia sejam ouvidos

“As decisões adequadas serão agora tomadas pela discussão entre [o Governo de] Kiev e as autoridades do Sul e do Leste da Ucrânia”, informou um porta-voz.

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Posto de controlo de pró-russos, terça-feira Shamil Zhumatov/Reuters

A Rússia espera que os “sinais positivos” que deu à Ucrânia, designadamente a decisão de revogar a autorização parlamentar para uma intervenção militar das suas forças, “serão ouvidos” e levarão ao diálogo no país vizinho.

“Esperamos que os sinais positivos que o Presidente russo envia sejam ouvidos no mundo e sobretudo na Ucrânia”, disse o chefe adjunto da diplomacia russa, Grigori Karassine, citado pelas agências noticiosas. “As decisões adequadas serão agora tomadas pela discussão entre [o Governo de] Kiev e as autoridades do Sul e do Leste da Ucrânia”, acrescentou.

O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu na terça-feira à câmara alta do Parlamento para revogar a autorização dada em Março para uma intervenção das forças armadas na Ucrânia, em defesa dos falantes de russo. A decisão, aprovada já esta quarta-feira, foi justificada com “o objectivo de normalizar” a situação na Ucrânia. A revogação deve ser aprovada nesta quarta-feira.

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, reagiu considerando a decisão russa um “primeiro passo concreto” para resolver a crise no Leste da Ucrânia. É “o primeiro passo concreto desde que o Presidente russo apoiou formalmente o plano de paz da Ucrânia”, disse, numa declaração divulgada pelo site da chefia do Estado.

O passo atrás na escalada de tensão vivida na região nos últimos meses, que atingiu níveis sem precedentes desde a Guerra Fria e levou à imposição de sanções dos países ocidentais à Rússia foi ensombrado horas depois, com o abate pelos separatistas pró-russos do Leste da Ucrânia de um helicóptero militar ucraniano, matando nove soldados que iam a bordo do aparelho, segundo um porta-voz da exército.

O incidente da tarde de terça-feira fez aumentar o receio de quebra do cessar-fogo unilateral anunciado no final da semana passada por Poroshenko e a que os pró-russos deram o seu acordo no início da semana.

Putin apelou a que o cessar-fogo – que seria o início de um processo de paz no Leste da Ucrânia – se prolongue para além da próxima sexta-feira, data inicialmente fixada.

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