Dilma continua a descer nas sondagens e a segunda volta das presidenciais parece certa

Crise no metro de São Paulo nas vésperas do Mundial afecta a imagem da Presidente.

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AFP

Dilma Roussef continua a perder terreno nas sondagens para as eleições presidenciais do Brasil, que se realizam a 5 de Outubro, sendo cada vez mais certo que terá que ir a uma segunda volta.

A actual Presidente, diz a sondagem da Datafolha, ainda é a favorita dos eleitores, com 34% das intenções de voto. Mas tem agora menos dez pontos do que tinha em Fevereiro e, num mês, perdeu três pontos. 

Dilma Roussef necessita de 50% dos votos mais um para evitar a segunda volta, diz a Datafolha que sublinha ser cada vez menor a diferença entre a Presidente e o candidato que aparece em segundo lugar nas sondagens, Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (19% das intenções de voto na sondagem divulgada sexta-feira). Segue-se Eduardo Campos, que está a descer — perdeu sete pontos desde Maio. 

Os analistas políticos brasileiros escreveram que, à medida que o Campeonato do Mundo de futebol se aproxima (começa na próxima quinta-feira) se nota que o eleitorado expressa cada vez mais a sua indignação perante os gastos que o Governo fez e está a fazer com este acontecimento desportivo e com os Jogos Olímpicos, marcados para 2016.

A população, escreveu O Globo, está muito pessimista em relação ao futuro num momento em que a economia brasileira abranda e no horizonte surge a subida da inflacção e do desemprego. 

As frentes de descontentamento dos brasileiros são muitas e, nos últimos dias, surgiu mais uma, a greve dos trabalhadores do metro de São Paulo, a cidade onde se realiza o jogo inaugural do Mundial, entre o Brasil e a Croácia  na Arena de São Paulo, o estádio, a segurança foi reforçada devido aos protestos "anti-copa" dos últimos dias e que podem repetir-se no dia do primeiro jogo. Sendo um problema directo do governo estadual, tem reflexos no palácio do Planalto, em Brasília, e não ajuda Dilma Rousseff.

Este domingo, os trabalhadores completaram o quarto dia de uma greve que na sexta-feira provocou gigantescos engarrafamentos na cidade 251 km de filas no conjunto das várias vias da cidade. Até ao final do dia, a greve não tinha sido prolongada, mas havia a possibilidade de se estender e chegar aos dias do Mundial. 

Os trabalhadores do metro reivindicam um aumento salarial de 12,2%, o governo estadual oferece 8,7 desde o início da negociação e greve, houve confrontos entre trabalhadores que se manifestaram nas ruas da cidade e a polícia. Esta noite (hora de Portugal), o Tribunal Regional do Trabalho brasileiro vai reunir para deliberar se a greve do metro é ou não “abusiva”. 
 

   

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