PS pede investigação da CNE e PGR à campanha de Menezes

Manuel Pizarro acusa adversário de fazer campanha "sumptuosa" e pede inquérito ao pagamento de rendas e outras despesas a moradores do Porto.

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Manuel Pizarro Nelson Garrido

O candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, apelou neste sábado à intervenção da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) para averiguarem a campanha do candidato social-democrata, Luís Filipe Menezes.

Numa conferência de imprensa onde fez questão de salientar que haveria direito a perguntas dos jornalistas, Pizarro afirmou que “o PS não prescinde de nenhum dos mecanismos legais para apurar tudo o que se tem passado nesta campanha eleitoral” e disse esperar que, por se tratarem do que classificou como “crimes públicos”, a CNE e a PGR efectuem as respectivas investigações.

“Diria que se for necessário faremos essa denúncia. Temos a expectativa de que a investigação ocorra mesmo sem essa denúncia e faremos, sobretudo, um combate político sem tréguas a este comportamento”, declarou Manuel Pizarro, que acrescentou ser “imperioso esclarecer todos os contornos desta campanha, incluindo a proveniência do dinheiro que permite ao candidato do Governo fazer uma campanha sumptuosa”.

A reacção de Manuel Pizarro surge depois de o PÚBLICO ter noticiado a sexta-feira que Menezes pagou a renda e outras despesas a moradores de bairros pobres no Porto.

O candidato socialista à Câmara do Porto disse, ainda, que o “candidato do PSD tem de se explicar pessoalmente”, sem que se possa “refugiar no silêncio, escondendo-se atrás de porta-vozes cujas declarações, aliás, já confirmam a gravidade dos factos noticiados”.

Na reacção à notícia do PÚBLICO, Amorim Pereira, número dois da lista de Menezes, fez uma declaração pública (sem direito a perguntas), anunciando uma queixa ao Ministério Público e dizendo que apenas foram pagas as contas de uma idosa doente.

Na sexta-feira, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) notificou o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia e candidato à autarquia do Porto, Luís Filipe Menezes, para se pronunciar, em 24 horas, relativamente à queixa apresentada pelo Bloco de Esquerda, que considera estar-se perante uma “flagrante violação” da “neutralidade e imparcialidade das entidades públicas”, imposta no artigo 41.º da Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais.

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