Reacções aos números do desemprego: Mota Soares prudente, PSD congratula-se e BE fala em sazonalidade

INE divulgou dados que indicam uma descida da taxa de desemprego.

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Definhamento vai significar muitos encerramentos de empresas e mais desemprego até 2016 Foto: Paulo Pimenta

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social afirmou nesta quarta-feira que a descida da taxa de desemprego no segundo trimestre do ano é um sinal de esperança, mas pediu prudência na análise dos dados hoje divulgados.

"Como é óbvio, é melhor ter uma taxa de desemprego de 16,4% do que de 17,6%, mas o desemprego continua a ser, em Portugal, a maior fractura do ponto de vista social e continua a ser o fenómeno que mais preocupa o Governo, por causa da exclusão social", afirmou Pedro Mota Soares.

O ministro falava aos jornalistas em Portimão, à margem de uma visita que efectuou a uma creche e jardim-de-infância da cidade.

Segundo aquele governante, apesar de ser necessário analisar os dados com prudência, os mesmos não deixam de ser sinais positivos, uma vez que significam a saída de 66 mil portugueses de uma situação de desemprego, na sua maioria jovens.

Acrescentou ainda que há oito trimestres que, de acordo com os dados do INE, não havia uma redução do desemprego, o que reforça a convicção de que o Governo deve implementar medidas activas de emprego.

PSD desafia PS a reagir
O PSD congratulou-se nesta quarta-feira com o recuo para 16,7 por cento da taxa de desemprego no segundo trimestre e convidou o PS a comentar publicamente os números que configuram "um importante avanço na situação social e económica do país".

"Este número, comparado com os 17,7% do trimestre anterior, representa uma descida significativa, sendo de salientar que é a primeira vez em dois anos que a taxa de desemprego diminui", referem os sociais-democratas em comunicado.

Na nota enviada à imprensa, o PSD deixa também um ´convite' ao PS, "habitualmente tão rápido nas suas tomadas de posição pela negativa, a comentar publicamente os números agora divulgados que configuram um importante avanço na situação social e económica do país e que confirmam que o esforço colectivo dos portugueses nos últimos dois anos não foi em vão".

No comunicado, o PSD assinala que, embora se preveja o crescimento da taxa média anual do desemprego, os aspectos positivos dos números agora anunciados não podem ser desvalorizados e salienta "o aumento da taxa de emprego e o concomitante aumento do número de portugueses profissionalmente ocupados".

Recordando que aos dados agora conhecidos sobre o desemprego somam-se os já anunciados números referentes ao aumento da produção industrial, à confiança dos produtores e consumidores e ao crescimento das exportações, os sociais-democratas concluem que "são boas notícias para Portugal e para os portugueses que, de forma tão empenhada e coesa, nos últimos dois anos, trabalharam para ultrapassar a difícil situação do país".

"Confirmam-se, pois, os sinais positivos na economia de que falou o Primeiro-Ministro no debate da Moção de Confiança e que, como disse, indicam que podemos estar muito próximos da inversão que todos os portugueses desejam'", é ainda referido na nota do PSD.

BE: Descida do desemprego é sazonal
O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, disse encarar a descida da taxa de desemprego no segundo trimestre como uma variação sazonal, pelo que se mantém o problema da recessão causada pela austeridade.

Em declarações aos jornalistas em Faro minutos após a divulgação dos números do desemprego para o segundo trimestre do ano, João Semedo afirmou que as “pequenas variações sazonais têm a ver com o período de Verão, [que é] um período em que há uma oferta maior de trabalho”.

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