Bolsa de Lisboa acentua perdas em reacção ao impasse político

Bancos registam perdas acentuadas. No mercado de revenda de dívida, os juros voltam a subir.

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Imposto sobre as transacções financeiras em discussão Rafael Marchante / Reuters

Nos mercados, esperava-se um ponto final na crise política, mas a rejeição, pelo Presidente da República, da solução de Governo apresentado por Pedro Passos Coelho está a deixar os investidores nervosos. Em contraciclo com as principais praças europeias, a Bolsa de Lisboa abriu em baixa nesta quinta-feira e está a acentuar as desvalorizações, com a banca a registar fortes descidas.

O PSI-20 começou a sessão a desvalorizava mais de 1%, corrigiu a desvalorização, mas intensificou entretanto a desvalorização, enquanto no mercado secundário de dívida se acentuam os sinais de subida dos juros das obrigações portuguesas.

Por volta das 12h30, o principal índice bolsista perdia 1,56%. As perdas no sector financeiro chegavam aos 11,667%, como acontecia com o Banif, a cotada que mais desvalorizava.

Com quedas acentuada seguiam ainda o BPI e o BCP. Enquanto o banco liderado por Fernando Ulrich estava com as acções nos 0,88 euros ao registar uma contracção de 4,035%, a cotação do banco presidido por Nuno Amado recuava para 0,089 euros, ao desvalorizar 4,301%. Às maiores descidas juntava-se o BES, que recuava 3,828% (para 0,603 euros por acção).

Na Europa, os principais mercados registam ganhos, influenciados pela componente externa, depois de o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Ben Bernanke, acalmar os receios quanto a uma mudança brusca na política monetária da maior economia global.

Enquanto a praça de Milão ganhava 0,28% e Amesterdão valorizava 0,85%, Paris avançava 1,02%, Bruxelas subia 1,19% e Frankfurt crescia já 1,24%.

No mercado secundário de obrigações – onde são transaccionados títulos de dívida dos Estados detidos por privados – as taxas de juro da dívida portuguesa estavam ao início da manhã sem grandes oscilações, mas os títulos estão agora a subir em todos os principais prazos.

Se ao início da manhã as obrigações com uma maturidade de dez anos chegaram a recuar face à sessão de ontem, subiram entretanto para os 6,886%, um nível que, a manter-se, pressionará os juros a pagar pelo Estado português quando o Tesouro tentar o regresso pleno ao financiamento no mercado primário.

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