IGCP admite nova emissão de dívida a longo prazo nos próximos meses

O presidente da agência que gere a dívida pública admite uma nova emissão de dívida a longo prazo nos próximos meses mas diz que a operação está dependente do mercado.

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Miguel Manso

O presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) afirmou nesta quarta-feira que é "difícil" prever quando será a próxima emissão de dívida de longo prazo, mas adiantou que "será sempre sindicada".

João Moreira Rato falava aos jornalistas no II Fórum Crédito e Educação Financeira, organizado pelo Diário Económico. O presidente da agência que gere a dívida pública disse ainda que a próxima emissão desta natureza vai "depender muito dos sinais do mercado", mas admitiu que é "possível " que um novo leilão venha acontecer nos próximos meses.

O IGCP terá de gerir a dívida "à medida que o mercado deixar", afirmou ainda o presidente da agência, que acrescentou estar esperançado voltar em pleno ao mercado em 2014.

O Estado colocou nesta quarta-feira a totalidade dos 1500 milhões de euros de dívida no mercado primário, registando uma forte queda nos juros a 12 meses. No entanto, ao contrário do que aconteceu com esta maturidade, os Bilhetes de Tesouro a três meses sofreram um ligeiro aumento nos juros.

O Governo já assumiu que estará para breve um novo teste ao regresso aos mercados. Mas, no último Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes não adiantou datas para uma nova emissão a longo prazo. O secretário de Estado da Presidência afirmou, no entanto, que Portugal pode “dar-se ao luxo de decidir a colocação da dívida no mercado na perspectiva da oportunidade”.

“Temos condições para ir acompanhando a evolução dos mercados, do ranking da cotação da dívida pública e escolher os momentos que pareçam mais adequados para ir ao mercado”, salientou ainda Luís Marques Guedes na semana passada.

Estas emissões no mercado a longo prazo devem funcionar como bilhete de entrada para o programa de compra ilimitada de dívida anunciado em 2012 pelo Banco Central Europeu (BCE). Ainda não são claras as exigências do banco central para que um país possa beneficiar do programa, que comprará dívida no mercado secundário para melhorar as condições de financiamento dos países.

O BCE afirma apenas que um país tem que estar sob assistência financeira e ter "acesso efectivo" aos mercados. Fica ainda por saber o que é que significa o termo "acesso efectivo". No entanto, notícias avançadas em Janeiro pelo Jornal de Negócios indicavam que o BCE exige três leilões de dívida a longo prazo, um destes sem apoiuo dos bancos sindicados.

Com a emissão dos 2500 milhões de euros em dívida a cinco anos de Janeiro, Portugal já terá dado um primeiro passo para a entrada no programa do BCE, que deve ser accionado, o mais tardar, até ao final de 2014.

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