FMI duvida que a Grécia cumpra as metas da troika

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FMI, liderado por Christine Lagarde, é um das instituições que suporta o empréstimo à Grécia Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está a perder confiança na capacidade de a Grécia equilibrar as suas contas públicas e reduzir o peso da sua dívida, sugere um relatório da instituição citado pela revista Der Spiegel.

Segundo o documento a que a publicação alemã teve acesso, e que é citado pela agência Bloomberg, o FMI considera insuficiente o actual programa de ajustamento para Atenas atingir o equilibro orçamental, dadas as metas do acordo com a troika que estão por cumprir.

Os peritos do FMI – um dos parceiros do empréstimo de 110 mil milhões de euros negociado com o anterior Governo helénico –, querem que na próxima ronda de avaliação do Memorando de Entendimento sejam revistos os pontos-chave do acordo. Isto segundo o relato daquela revista alemã, que não foi comentado nem desmentido pelo fundo.

Para a instituição liderada por Christine Lagarde, a Grécia só tem três opções: avançar com mais medidas para consolidar as suas finanças; ser negociado um perdão maior com os credores privados; ou serem negociados mais fundos por parte da zona euro.

A notícia surge dias depois de os representantes dos bancos e outras instituições financeiras credoras da Grécia terem feito pressão para uma conclusão rápida das negociações quanto ao abatimento de parte dos empréstimos feitos ao Estado grego.

Numa altura em que se aproxima o exame à execução do ajustamento grego (em meados de Janeiro), um conselheiro do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou ontem, que o perdão em 50% da dívida grego, pré-acordado com os credores em Outubro, não será suficiente para salvar a Grécia. Isto após uma notícia, não desmentida pelo Governo alemão, de que Berlim pretendia um perdão da dívida de 75% dos títulos detidos pelo sector financeiro privado.

O abate à dívida grega estabelecido em Outubro pela zona euro prevê um perdão de 100 mil milhões de euros e garantias para os credores no valor de 30 mil milhões.

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