Brasil é mercado prioritário para cadeias de distribuição

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Alexandre Soares dos Santos liderou a primeira tentativa da JM no Brasil Nuno Ferreira Santos

Com crescimento do PIB de cinco por cento ao ano o Brasil é o mercado alvo para a expansão dos grupos de retalho mundiais, diz um estudo da consultora A.T. Kearny, citado pela Lusa.

O Brasil ficou em primeiro lugar no Global Retail Development Índex (GRDI), ocupando a posição da China. O ranking é liderado pela América do Sul.

Grupos portugueses de distribuição como a Sonae, dona do Continente, e a Jerónimo Martins, que detém o Pingo Doce, já estiveram no Brasil no negócio do retalho alimentar mas acabaram por sair. O ano passado Alexandre Soares dos Santos, chairman da Jerónimo Martins, afirmou que o grupo não pode ignorar os 200 milhões de habitantes daquele país e garantiu que um regresso ao Brasil está a ser estudado.

O dono do Pingo Doce fez uma primeira tentativa de expansão para o Brasil na década de 90, liderada pelo actual chairman, ao mesmo tempo que se virava para a Polónia. O negócio correu mal. “Foi um caso nitidamente mal estudado. Pensávamos que era muito fácil”, disse Soares dos Santos, que falava durante uma conferência na Universidade Nova de Lisboa.

“A ligação centenária de Portugal ao Brasil e a ausência de qualquer barreira linguística pode ser, uma vantagem competitiva dos players nacionais face à concorrência internacional, para entrar neste mercado através de oportunidades de aquisição, parceria ou franchising”, declarou à Lusa José Ignacio Nieto, da A.T. Kearny.

Segundo o estudo, o Uruguai subiu da oitava posição para o número dois do ranking em apenas um ano, beneficiando da subida acentuada do Brasil, a par de um crescimento do seu PIB de 8,5 por cento, em 2010.

O Chile ascendeu à terceira posição, depois de uma forte recuperação da recessão de 2009, resultado dos incentivos do Governo ao consumo no retalho.

Cadeia francesa aumenta participação no Grupo Pão de Açúcar

Entretanto, para reforçar a presença no mercado brasileiro, o grupo francês Casino anunciou hoje que aumentou a participação que detém no histórico Grupo Pão de Açúcar, passando que ter 37 por cento do capital.

Num comunicado oficial, a Casino revela que comprou 8,6 milhões de acções preferenciais, que correspondem a 3,3 por cento do capital da empresa brasileira. “Com esta operação, o grupo reafirma o seu empenho no Grupo Pão de Açúcar e a sua confiança na equipa de direcção. A Casino demonstra ainda a sua vontade de reforçar, a longo prazo, o desenvolvimento do Grupo Pão de Açúcar, tal como sucede nos mercados de forte crescimento onde detém investimentos”, lê-se no documento.

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