Carvalho da Silva diz que declarações de Rasmussen confirmam posição da CGTP

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmou hoje que a posição de Poul Rasmussen sobre a ‘troika’ que negoceia com Portugal confirma a posição da CGTP no que refere aos direitos dos trabalhadores.

“No plano dos direitos dos trabalhadores, o que eles [troika] pretendem é mesmo destruir o fundamental daquilo que produziu o desenvolvimento da sociedade portuguesa”, disse Carvalho da Silva, comentando a entrevista do antigo primeiro-ministro dinamarquês Poul Rasmussen, criador da flexissegurança, à agência Lusa, onde considerou que a troika que negoceia com Portugal as condições para o resgate financeiro vai tentar destruir os mecanismos sociais de protecção dos trabalhadores portugueses.

“São interessantes [as declarações] e vêm confirmar o que andamos a dizer. No que diz respeito à União Europeia, vimos chamando a atenção que a sua condução política e económica é hoje a expressão da vanguarda da ortodoxia neoliberal no mundo”, declarou o secretário-geral da CGTP.

Economista, actual presidente do Partido Socialista Europeu e, enquanto primeiro-ministro da Dinamarca entre 1993 e 2001, o primeiro a adoptar a flexissegurança como nova forma de regular as relações laborais – com mais flexibilidade para contratar, despedir e organizar o trabalho em troca de medidas compensatórias de protecção do trabalhador e dos desempregados –, Rasmussen mostrou-se pessimista face ao futuro das relações laborais em Portugal.

A troika da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) “esqueceu-se do que é a flexisegurança”, acusou Poul Rasmussen, na entrevista à Lusa, culpando o que chama de “maioria conservadora” na Europa e nas instituições comunitárias.

“Por isso, receio que a pressão da União Europeia (UE) e do FMI seja no sentido de desmantelar a protecção dos trabalhadores, de questionar os mecanismos de negociação colectiva. E, deixe-me dizer, eu desaconselharia profundamente a UE e o FMI a exigir a Portugal que acabe com a negociação colectiva”, acrescentou.

Sugerir correcção
Comentar