Metro do Porto tem problemas de liquidez “em vias de resolução”

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Empresa está a articular solução junto da Direcção Geral do Tesouro Paulo Pimenta

A Metro do Porto divulgou hoje um comunicado a garantir a continuidade do seu serviço comercial regular e a referir que está “em vias de conclusão” uma operação que vai garantir liquidez necessária para resolver “os problemas de natureza financeira mais prementes

“Está em vias de conclusão, em estreita articulação com a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças uma operação financeira com vista a assegurar a indispensável liquidez. As dificuldades de tesouraria da Empresa são essencialmente consequência de um modelo de financiamento do projecto desequilibrado, gerador de volumosos encargos financeiros”, lê-se na nota que a empresa acaba de divulgar.

A Metro do Porto tem de amortizar um empréstimo de cem milhões de euros no próximo dia 18 de Abril e não conseguiu, após varias tentativas, nem convencer o banco em causa (no caso, o MillenniumBCP) a dilatar o prazo de pagamento, nem conseguiu propostas positivas após uma consulta para um novo pedido de empréstimo que endereçou a 19 instituições bancárias. E a empresa não tem esse dinheiro em tesouraria e alertou a tutela para o perigo de entrar em incumprimento, e activar a cláusula de cross-default – a que implica que entrando em incumprimento com um empréstimo, todos os outros financiamentos ficam automaticamente vencidos.

Taxa de cobertura nos 90 por cento

Este “incêndio” financeiro ocorre numa altura em que a operação comercial do Metro atinge a maior taxa de cobertura de sempre, já próxima dos noventa por cento. Ou seja, está próxima do equilíbrio em termos operacionais, uma vez que as receitas dos bilhetes já pagam 90 por cento dos custos directos de manter o serviço de transporte regular.

A empresa sublinha o facto de, em termos homólogos, ter reduzido em quase 30 por cento os custos operacionais directos. Um facto que lhe permitiu poupar quase três milhões de euros no trimestre. O aumento da procura (a empresa transportou perto de 14,5 milhões no trimestre) e a consequente melhoria na receita tarifária, que atingiu os 11,2 por cento e permitiu facturar cerca de 8,4 milhões de euros no trimestre.

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