Donald Trump e Vladimir Putin tiveram um segundo encontro à margem da cimeira do G20 na Alemanha, no início deste mês, que não estava agendado e cujo conteúdo é desconhecido.

Os Presidentes dos dois países conversaram durante o jantar entre os líderes mundiais que estiveram presentes na cimeira, no dia 7 de Julho. A informação foi confirmada pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que não revelou a duração do encontro nem o que foi discutido. Oficialmente, a Casa Branca classifica a situação como uma "breve conversa" e não como um "segundo encontro", mas o Washington Post diz que a segunda conversa durou cerca de uma hora.

No mesmo dia, o Presidente dos Estados Unidos teve o seu primeiro encontro face a face com o homólogo russo. A reunião deveria ter durado 30 minutos, mas acabou por se prolongar por quase duas horas e meia. Na altura, Trump garantiu que discutiu com Putin as acusações de interferência por parte de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas e que o Presidente russo assegurou que nada disso corresponde à verdade.

Mais tarde, e segundo o relato dos jornais americanos, Trump levantou-se da sua mesa a meio do jantar com os restantes líderes e foi sentar-se ao lado de Putin, onde já estava a mulher do Presidente norte-americano, Melania Trump. Na conversa que se seguiu só participaram Trump e Putin, acompanhados por um tradutor russo – Trump disse mais tarde que o seu tradutor não se juntou porque não fala russo.

O New York Times diz que não existem quaisquer registos oficiais de Washington sobre este encontro.

Quem primeiro deu conta da segunda conversa entre os dois líderes foi Ian Bremmer, presidente do Grupo Eurásia, sedeado em Nova Iorque, através de uma newsletter enviada aos clientes da empresa. Ao jornal norte-americano, Bremmer diz que foi informado por duas pessoas que estiveram no mesmo jantar. Segundo os relatos que lhe chegaram, os líderes mundiais ficaram "confusos" e "pouco contentes" com a "conversa animada" que decorreu à vista de todos mas suficientemente afastada para ser inaudível. Ainda ao Times, Bremmer disse que "praticamente toda a gente no jantar achou que aquilo foi realmente esquisito".

Trump comentou no Twitter as notícias sobre este segundo encontro, desvalorizando a reunião e voltando a atacar a imprensa. Numa segunda publicação, o Presidente escreveu que as "fake news" são ainda mais "desonestas", e que um simples jantar é descrito como algo "sinistro".

A falta de um tradutor oficial dos Estados Unidos despertou suspeitas junto de outros líderes presentes no jantar, de acordo com o relato de Bremmer, que classificou a segunda conversa como uma "quebra dos protocolos de segurança nacional" dos EUA – segundo este especialista, os conselheiros do Kremlin terão ficado muito contentes com o facto de Vladimir Putin ter tido a oportunidade de falar com Donald Trump sem a presença de um tradutor norte-americano e de conselheiros da Casa Branca.