Senado não encontrou provas contra Obama. Casa Branca mantém tese das "escutas"

O comité responsável pela investigação às acusações de Donald Trump diz não ter encontrado provas. A equipa do Presidente reage com ataque à imprensa.

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LUSA/OLIVIER DOULIERY / POOL

O comité dos Serviços de Informação do Senado norte-americano concluiu que não existem indícios ou provas sobre possíveis escutas colocadas nas Trump Tower, edifícios de que o actual Presidente norte-americano é proprietário, durante a campanha eleitoral, tal como acusou Donald Trump no Twitter no passado dia 4 de Março.

“Baseado na informação que nos foi disponibilizada, não vimos indicações de que as Trump Towers tenham sido objecto de vigilância por qualquer elemento do Governo dos Estados Unidos quer antes quer depois do dia das eleições de 2016”, afirmaram em comunicado, citado pela Reuters, os responsáveis pelo comité, o republicano Richard Burr e o democrata Mark Warner.

Também o líder da Câmara dos Representantes do Congresso americano, o republicano Paul Ryan, afirmou esta quinta-feira que não existem provas que sustentem as acusações de Trump.

Importa recordar as acusações do Presidente:

  • “Terrível! Acabei de descobrir que Obama tinha ‘escutas’ na Torre Trump antes da vitória. Nada foi encontrado. Isto é mccarthismo!”, tweetou Trump a 4 de Março.
  • “Será legal um presidente em exercício ‘escutar’ uma campanha presidencial antes de uma eleição? Foi recusado por um tribunal antes. Um NOVO PONTO BAIXO!”, escreveu de seguida.
  • “Quão baixo teve de descer o Presidente Obama para escutar os meus telefones durante o muito sagrado processo eleitoral. Isto é Nixon/Watergate. Um tipo mau (ou doente)!”, twettou ainda.

Apesar de tudo, esta quinta-feira o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, defendeu as alegações de Trump durante a comunicação diária aos jornalistas. “Não há dúvidas de que se utilizavam técnicas de vigilância”, afirmou. Pressionado para desenvolver, Spicer criticou a imprensa por concentrar tanta atenção nos comentários depreciativos sobre as alegações de Donald Trump, acusando os jornalistas de não se centrarem de forma igual nos comentários de funcionários que negam a existência de provas sobre a interferência russa nas eleições presidenciais para ajudar Trump a ser eleito.

Na passada terça-feira o mesmo Spicer parecia ter colocado alguma água na fervura em relação às acusações contra Barack Obama. Os tweets explosivos de Donald Trump, explicava o porta-voz da Casa Branca, não deviam ser entendidos de forma literal. Ao aludir a “escutas”, afirmou Sean Spicer, o Presidente referia-se a “todo um tipo de opções de vigilância” e não necessariamente a escutas telefónicas a mando de Obama.

No domingo anterior, a conselheira presidencial Kellyanne Conway tinha ensaiado o recuo da Casa Branca, ao afirmar que Obama poderia ter empregado um sem-número de técnicas de vigilância – incluindo o recurso a aparelhos micro-ondas, numa sugestão entretanto ridicularizada nas redes sociais – e não necessariamente escutas telefónicas.

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