EUA estão mesmo a ponderar separar mães e filhos na fronteira com México

Confirmação foi dada por secretário de Segurança Interna à CNN.

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Reuters/JORGE DUENES

John Kelly, secretário de Segurança Interna norte-americano, confirmou nesta segunda-feira que está a ponderar separar as mães e filhos que tentam atravessar ilegalmente a fronteira entre o México e os Estados Unidos.

“Sim, estou a ponderar [essa medida], de modo a travar mais movimentos desta rede terrivelmente perigosa. Estou a ponderar exactamente isso”, respondeu Kelly, quando questionado sobre as notícias de que os EUA ponderam separar as mulheres e crianças apanhadas a tentar atravessar a fronteira.

“Elas [crianças] vão ser bem tratadas enquanto lidamos com os pais”, acrescentou Kelly.

Segundo a proposta que está a ser avaliada pelo Departamento de Segurança Interna, e que foi revelada na semana passada pela agência Reuters, o Governo poderá manter as mães sob custódia enquanto estas contestam a deportação ou esperam pelo resultado de pedidos de asilo, enquanto as crianças seriam entregues aos serviços sociais até serem devolvidas às famílias ou entregues a famílias de adopção temporária.

A proposta visa desincentivar as mães de emigrarem ilegalmente para os EUA levando os filhos, disseram à Reuters fontes oficiais que foram informadas da proposta.

Actualmente, as famílias que contestam deportações ou que pediram asilo são libertadas e podem permanecer nos EUA enquanto esperam resposta. Uma decisão dos tribunais impede a detenção prolongada de menores.

O Presidente Donald Trump tinha pedido o fim da política do "apanha e liberta", que permite aos que são interceptados a entrar ilegalmente no país viverem nos EUA enquanto esperam as conclusões dos processos.

O congressista democrata do Texas Henry Cuellar considera a proposta um erro: "Separar mães e crianças é errado. "Este tipo de coisa afasta-nos da segurança na fronteira e faz-nos entrar na violação dos direitos humanos", acrescentou.

Cerca de 54 mil crianças, juntamente com os seus guardiães, foram interceptadas entre Outubro de 2016 e Janeiro de 2017, mais do dobro dos interceptados no mesmo período em 2015-16.

No Congresso, muitos republicanos argumentam que as mulheres estão dispostas a arriscar a vida dos filhos pois sabem que serão libertadas e que poderão passar anos até serem chamadas para resolver a sua situação.

Organizações de defesa dos direitos humanos dizem que os EUA podem enfrentar processos em tribunal, por violação de direitos humanos, se avançarem com esta solução.

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