A aliança continua

É bom para Portugal estar numa UE onde o Reino Unido está de boa vontade.

Alguém se lembra de como Portugal e o Reino Unido se davam bem antes de Portugal aderir à União Europeia (UE)? E antes de o Reino Unido aderir à UE? Dávamo-nos bem.

Aliás, esquecendo um ou outro percalço, Portugal e a Inglaterra (e não o Reino Unido que ainda ia levar alguns séculos — e muito sangue — para nascer e estabelecer-se) têm uma aliança tão antiga que até alguns escribas ingleses do século XXI aprenderam que existia.

Como velhos aliados devemos dizer aos ingleses, assim como aos irlandeses do Norte, galeses e escoceses que querem continuar a fazer parte do Reino Unido, que o resultado do referendo de Junho não afectará a nossa amizade.

A UE é recente. A nossa aliança é antiquíssima. É verdade que é bom para Portugal estar numa UE onde o Reino Unido está de boa vontade. Se o Reino Unido ficasse e Portugal saísse, a nossa amizade (que coincide fatidicamente com ambos os nossos interesses) continuaria mais uns séculos.

O problema, para mim, são os livros. Quer isto dizer que não quero pagar taxas alfandegárias sobre os livros que compro no Reino Unido. Compro muitos. Mas a verdade é que já comprava muitos — apesar da danada libra livreira que fazia com que uma libra que hoje custa 1,40 euros custasse antigamente 3 euros (600 escudos). E continuarei a comprar, por muito que custem, porque valem a pena.

Ser aliado é uma lealdade. Mais do que uma aliança é respeitar a escolha de aliados antigos que se beneficiam mutuamente.

Façam como quiserem.

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