Nuno Amado "optimista" sobre melhoria do rating mas não arrisca datas

O presidente executivo do Millennium BCP, Nuno Amado, declarou hoje estar “optimista” quanto ao futuro do país e à melhoria do rating, que acredita que irá acontecer, não arriscando antecipar uma data.

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CEO do Millennium BCP afirmou ser “essencial” o país não estar baseado no rating de uma única agência Reuters/RAFAEL MARCHANTE

“O próximo passo, decisivo, que toda a gente diz que é para Setembro - e não consigo antecipar se é para Setembro - e é absolutamente essencial, é a melhoria do rating”, disse Nuno Amado no encerramento das Jornadas Millennium BCP Empresas dedicadas à agricultura e às agro-indústrias, que hoje decorreu em Santarém.

Sublinhando que a classificação de risco é “decisiva” por determinar a capacidade de financiamento junto do Eurossistema, o presidente da comissão executiva do Millennium BCP afirmou ser “essencial” o país não estar baseado no rating (classificação financeira de risco) de uma única agência, o que exige provar que há sustentabilidade.

“Se eu estivesse numa empresa de rating só melhoraria o rating, não tanto pelo PIB melhorar, mas pelo PIB melhorar conjugadamente com a dívida começar a baixar em função do PIB. Só a conjugação destes dois factores permite mostrar que há sustentabilidade. Acredito que vai acontecer, é um passo decisivo. Também estou optimista sobre isso, não consigo é antecipar datas”, declarou.

Para justificar o optimismo, Nuno Amado apontou as perspectivas de crescimento sustentado na agricultura e na agro-indústria, mas também na indústria, “porque as empresas que ficaram (…) depois de toda a crise dos últimos anos têm um nível de inovação, de capacidade de ajuste grande, e estão a investir”, aproveitando os fundos comunitários, o que “vai ter efeitos a longo prazo”.

Referiu ainda os dados positivos nas áreas do turismo e dos serviços, com o país a ter capacidade de atrair “um conjunto de serviços”, não só para grandes centros, como Lisboa e Porto, mas também para o interior, e as perspectivas de melhoria em mercados como os de Angola e Moçambique.

Para Nuno Amado, “o problema está no sector público”, apelando a que o país não repita “erros do passado”, de tentação de aumento da despesa pública, “sempre muito mais rígida que as receitas”, quando “as coisas começam a ficar melhores”.

Sobre o BCP, referiu a “situação muito difícil” de que o banco saiu em Fevereiro, quando acabou de pagar o apoio do Estado, e o facto de estar hoje numa “situação muito favorável”.

“Demorámos quatro anos num processo de reestruturação profundo, mas hoje estamos muito mais eficientes do que no passado e não somos segundos em nível de eficiência para ninguém”, disse, apontando como “factor de diferenciação” o ser “o único banco com dimensão, privado, português”, o que considerou ser “uma enorme vantagem”.

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